COV33

Covo, excerto 33

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Arquibaldo Bigail

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INQ1 Olhe, e uma vaca que nunca pega?

INF1 Que nunca pega é maninha.

INQ1 Dão-lhe algum nome?

INF1 É maninha.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Rhum-rhum. É maninha.

INQ1 E a que um ano não pegou? Os outros pega mas um ano que não pega?

INF1 Bem, um ano que, às vezes, vacas que ele não Às vezes, têm um ano sem andar ao touro.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Mas vem que ele às vezes pega; outras vezes anda mais desencarreirada mas pega. Olhe, eu costumo, aqui [vocalização] no meu curral, quando vem uma tou- uma vaca e anda mais que uma vez ou duas, pôr-lhe um bocado de aguardente na boca.

INQ1 Ah!

INF1 Sabe? Quem me deu Quem me deu essa coisa foi o o doutor maternário da Pecuária de Aveiro. Por causa que os meus bois eram da Pecuária; agora agora Eram da Pecuária, eram meus! Foi sempre com do meu dinheiro. Mas o, ele o da Pecuária o doutor da Pecuária, [vocalização] não houve- eu queixava-me, às vezes, os lavradores, coitados, que que andavam três, quatro, cinco vezes ou seis vezes a vaca ao touro. E depois eu dizia Queixei-me um dia ao doutor: "Ó senhor doutor! Aquilo não está bem. Os homens queixam-se que que as vacas que não pegam e como é que vai ser"? Diz ele assim: "Tu que é que lhe fazes"? "Ó senhor doutor, não faço nada. Ponho-lhe o boi e [vocalização] pronto"! [pausa] "Põe-lhe um, [pausa] , [pausa] , não digo Mais não, mas põe-lhe metade de meio litro de aguardente! Ou mais! Quando o boi for para cobrir a vaca, tu põe-lhe a aguardente. E depois põe-lhe o boi. E depois não lhe dês mais boi. Leva a vaca embora que vais ver". Tenho feito assim e quase sempre tem pegado.

INQ2 E resultado?

INF2 Sim. resultado.

INF1 resultado.


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