INQ Então, antigamente, então havia burros, aqui?
INF Então, oi Jesus! Tantos. Agora, olhe…
INQ Olha, e a Antónia diz que não havia.
INF Tem aqui uma terra, ali abaixo da, da para diante da Albergaria, que é a Farrapa, a gente dizia os velhos diziam: "Na Farrapa, cada burro cada homem, cada burro"! Quer dizer que tinham muitos burros.
INQ Pois.
INF E na Albergaria: "Cada homem, cada cão"! Em Albergaria, onde as senhoras estiveram, cada homem, cada cão. Não havia homem nenhum lá que não tivesse um cão. Esses diziam: "Na Farrapa"… Os velhos aqui diziam: "Na Farrapa, cada homem, cada burro! E na Albergaria, cada homem, cada cão"!
INQ Sim senhor. Mas, e aqui no Covo também havia burros?
INF Também. Só um é que tinha burro; os outros não tinham burros nenhuns. Só esse, que tem ainda hoje, [vocalização] a família dele teve sempre burros; os outros não.
INQ Rhum-rhum.
INF Os outros não tinham burro nenhum; não queriam saber. Mas eu Mas eu via essa essa gente da Farrapa, com as cangalhas – aquilo é feito quase como duas canastras mas mas em madeira, por cima da coisa para levar… E, às vezes, vinham aí os ciganos e traziam os filhos metidos ali dentro.