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CPT42

Carrapatelo, excerto 42

LocalidadeCarrapatelo (Reguengos de Monsaraz, Évora)
AssuntoA religião e as superstições
Informante(s) Hermes

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INQ1 Olhe, mas não se dizia que as bruxas deitavam mau-olhado?

INF ?

INQ1 Que as pessoas deitavam mau-olhado? Parece que a criança tem mau-olhado?

INF Não sei. Eu bruxas nunca cheguei a ver. Risos

INQ1 Nunca se contou aqui histórias de bruxas, antigamente?

INF [vocalização] Pois, diziam que havia bruxas mas eu nunca as vi. Às vezes, com certas coisas, cheguei a dizer cheguei a dizer assim: "Vi-me numa bruxa", mas é com era com certos trabalhos.

INQ1 Pois.

INQ2 Rhum-rhum.

INF Que me custava!

INQ1 É isso.

INF E E depois dizia assim: "Parece que vi as bruxas"! Mas não as via, não nunca cheguei

INQ1 Olhe, e nunca se falava no quebranto? uma pessoa estar com quebranto.

INF Sim senhora.

INQ1 Como é que é?

INF O quebranto é uma pessoa é uma criatura , até pode querer bem a outra, e de olhar é um e de olhar para ela e dar-lhe quebranto.

INQ1 Ah!

INF Pois. [pausa]

INQ2 Olhe, e como é que

INF Até Ele até me parece que lhe chamavam [pausa] um olhar [pausa] a essa doença.

INQ1 Um olhar?

INF Às vezes até pessoas mesmo que queriam bem às outras

INQ1 Pois, pois.

INF Por lhe quererem tão bem estavam encrentes pessoas que que têm uma certa vista e faziam-lhe mal.

INQ1 Sim senhor.


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