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CRV22

Vila do Corvo, excerto 22

LocalidadeVila do Corvo (Corvo, Horta)
AssuntoA alimentação
Informante(s) Filomena Flávia

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INQ Como é que se fazem esses licores?

INF1 Olhe é: eu tiro a ca- As laranjas quando vêm de ci- das terras, [pausa] eu tiro-lhe aquela casquinha muito fina e deito em água.

INQ Pois.

INF1 E estão ali uns dias em água. Depois fervo a água e fer- e deito açúcar um quilo de Ah, mas para fazer o licor é um litro de água e um quilo de açúcar. É um quilo e meio de açúcar.

INF2 Não é um quilo?

INF1 É um quilo de açúcar. Depois ferve-se muito bem fervido e deita-se o álcool a gosto. Aquela essência que eu lhe disse, daquela laranja, e depois deita-se o álcool a gosto.

INQ A casca. Não são as laranjas inteiras?

INF1 Não, não. É a casca.

INQ Pois.

INF1 É aquela casquinha muito fininha, amarelinha, por fora.

INQ Além deste licor de laranja, mais algum licor que se costume fazer por aqui?

INF1 Olhe, é de limão, que também pessoas que fazem. Não sei se mais alguma coisa.

INF2 essências próprias.

INF1 Sim. Isso

INF2 Mas por não [vocalização] [pausa] nunca chega isso.

INQ Não se faz?

INQ Não, nunca, não se lembra de alguma vez se ter aproveitado, por exemplo, assim, o trigo ou o milho para fazer, para fazer nenhuma bebida alcoólica?

INF1 Não, não, não.

INF2 Não senhor.

INQ Umas cervejas, ou aguardente, coisa assim, nunca serviu nada?

INF1 Não senhor. Não se usa não. Aqui não.

INF2 Nada, nada. Não. [pausa] Nada.


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