INF Aquela vez mais o meu pai, aqui fora. [pausa] Havia aqui uma atafona, aqui perto. Nós éramos donos da atafona. Ela era de muitos, era de [vocalização] vinte talvez e não sei quantos. A atafona, com falta de ser retelhada, estava chovia muito dentro dela. [pausa] Chamam os donos da atafona para ela ser retelhada. Retelhada agora A gente chama retelhar é [vocalização] a telha por cima, [pausa]
INQ Pois.
INF limpá-la e [vocalização] e deitá-la a modo de não chover dentro dela. O Fídias, irmão do Felício, e outro companheiro – não sei quem foi – [pausa] retelhou metade da atafona, e o outro pessoal, a outra metade. Agora o que tinha retelhado metade ou ou a quarta parte da, da, da da atafona não tinha feito o seu quinhão bem feito. E outros, a maior parte deles estavam deitados na lá no caminho à sombra, sem mexerem em nada. Quando foi no fim, [pausa] um [vocalização] um homem que morava aqui em baixo, em frente à igreja, ajunta aqueles bocados de telha [pausa] que não prestavam, mete-os num cesto… "Ó Fídias, vá [vocalização] vai ao tio Fiel que está bem descansado. Eu já retelhei metade da atafona mais fulano, e o tio Fiel tem estado aí deitado só sombra. Vai a botar fora que também lhe toca". "Tu és é malandro"! "Malandro do tio Fiel". Ora, o Fídias também tinha pouca paciência, o o Filémon muita menos do que o Fídias, zaragata para baixo. Meu pai, ele também não não gramava o Filémon: "Ó Fídias, o cesto de quem é"? Conhecia o cesto bem. "O cesto de quem é"? "É meu". "Vira lá a telha no meu tabuleiro e vai-te embora". Ora, o moço não quis mais nada. O moço, novo, ele tinha uns quinze anos o ma-, o m- o máximo que podia ter. Vira a telha no caminho e anda para cá, para aqui. [pausa] Vem o velho não sei de aonde, quando chegou aqui já sabia de tudo. [pausa] Meu pai sentado aqui aqui fora ao pé da canada. [pausa] "Se eu tinha chegado aqui e o indivíduo pondo a telha acolá, ele tinha levado com a bengala". E pega. [pausa] Ora, foi o tal… Estava um padre aqui que era do Faial, o padre Fileu, [pausa] vinha o irmão com ele, porque vinham para aqui todos os dias também fazer serão. Estavam morando naquela casa lá em baixo, onde é de, de agora de turismo – eu não sei se conhecem? –, [pausa] por baixo da igreja.
INQ1 Sim, sim.
INF Eu vinha, o [vocalização] Meu pai tinha o peito mais forte do que o pai do Felício. Estava em casa dele, ouvindo os berros da, da do Filinto aqui. "Já viste, é o Filinto, ele que é que tem"? Vinha por aí fora, eles pegados aqui. Uma vizinha daqui, casada de pouco tempo… A Francelina está ele [pausa] na Terceira ou em São Miguel? Não sabes onde é que está?
INQ2 Na Terceira.
INF Está bem para lá – já há anos! [pausa] Estava casada de pouco tempo há m-. "Eles têm sido bem amigos, a amizade deles acabou-se".
INQ2 Rhum-rhum.
INF "Da maneira que eles estão acolá, já não há mais [pausa] mais amizade". [pausa] Acabando a turra, cada um para sua casa. [pausa] O meu veio para dentro, esteve-se lavando, estivemos comendo, acaba de comer, para aqui. Minha mãe – Deus te dê o céu: "Ah! Cara sem vergonha – Jesus! – acabaste de sair da turra com aquele homem e agora vais para casa dele"? "Não lhe tenho mal a ele nem ele a mim"! Risos Eram assim. E o O Felício está aí. Ele passava Talvez não se passava semana nenhuma que eles não se pegassem aí.