CTL41

Castro Laboreiro, excerto 41

LocalidadeCastro Laboreiro (Melgaço, Viana do Castelo)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Alarico Albertina

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INF1 Quer-se dizer, ele tinha [pausa] muitas propriedades, mas deixaram-lhas as tais que se diziam avós. Que, naquele tempo, ninguém era raro as senhoras saber ler E tinha então uma, [pausa] uma [pausa] uma velha, que lhe chamavam Alcinda, [pausa] e [vocalização] e sabia ler.

INF2 Sabia ler!

INF1 Sabia ler.

INF2 E fazia à mão os os fatos das noivas. À mão!

INF1 Os fa [vocalização] Os fatos das noivas, fazia-os ela.

INF2 Era ela é que fazia os fatos das noivas daquele tempo.

INF1 E [vocalização], e depois: [pausa] E depois, então, el- essa, eu lembra-me quando é que eu queria ir para os meus cunhados Os tais que se foram embora Não quiseram Não quiseram saber de mais nada. Apareceram depois de vinte e cinco anos. E [vocalização] E eu ia à procura deles para a brincadeira, não é? E então, eu chegava e, na vez de ir-lhe perguntar por eles, assim com um bocado de tal para que me ela não corresse, perguntava-lhe pela minha sogra falecida. Chamava-se Aldina. E então, saía-me ela à porta, com o livro na mão, como tem a senhora, às vezes, a ler com aquela idade! Que ela tinha Ela morreu para aí de noventa anos, não Albertina?

INF2 Noventa e seis.

INF1 Noventa e se-. E quer-se dizer, e lia! Aparecia com o livro à porta: [pausa] "Que queres? Aqui não tia Aldina nem tio Aldino. Vai-te embora". Ela bem percebia que eu que ia à procura deles.


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