INF1 O alecrim também é bom para chá.
INQ1 E … faziam como? Com os defumadoiros não punham alecrim, não?
INF1 Põe [vocalização]… O alecrim [vocalização], fazem-se defumadoiros quando está trovoada. Mas levamos… Dia de Ramos, levávamos à igreja, [pausa] loureiro e alecrim. E depois temos para todo o ano – as cruzes! Ainda tenho as cruzes…
INQ1 Pois, pois.
INF1 Olhe, ainda aqui tenho as cruzes. A cruzinha [pausa] não sei onde é que eu a pus. [pausa] Olhe, olhe Olhe, tem até aqui a [vocalização] fazer uma [vocalização] cruzinha de de loureiro [pausa] e de oliveira e de alecrim. E depois pomos dia de… Dia três de Maio, pomos asquelas cruzinhas nas casas, que depois diz que faz bem às trovoadas. Quando está a trovejar muito, nós fazemos e pomos isto nas brasas.
INQ1 E isso é dia?…
INF1 A fazer fumo que faz bem aos, ao aos relâmpagos e às trovoadas.
INQ1 Mas essas cruzinhas punham em que dia?
INF1 Pomos no dia três de Maio
INQ1 Três de Maio. Porquê?
INF1 – é que pomos nas casas.
INQ1 Mas dia três de Maio é dia de algum santo?
INF1 Dia de trez- [vocalização] Dia três de Maio
INQ1 Ai, treze!
INF1 chamavam o chamavam-no dia de Santa Cruz.
INQ2 Três.
INF1 No dia três de Maio, chamamos nós o dia de Santa Cruz.
INQ1 Ah!
INF1 E depois era o dia que púnhamos as cruzinhas na… Até as íamos pôr às searas do pão e tudo!
INQ1 Sim senhora! Já ouvi falar disso.
INF1 Pois, pois. [vocalização] O loureiro e a oliveira e o alecrim.
INQ1 E porque?…
INF1 Levávamos isso tudo, [pausa] dia de Ramos, no domingo de Ramos, à igreja. Íamos à missa. Levávamos asqueles molhinhos – e ainda agora levam – e depois trazemos e e temos então lá em casa… Quando as trovoadas [verbo] assim que está muito a trovejar – aquelas trovoadas muito fortes –, irmos imos fazer um defumadoirinho, na cozinha, na lareira. Com aquele fumo, diz que arrama a trovoada. [pausa] Era cá assim.
INQ1 Sim senhora.
INF2 Toda a vida assim fazíamos.