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FLF50

Fajãzinha, excerto 50

LocationFajãzinha (Lajes das Flores, Horta)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Amélia Amélio
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

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INF1 Os nomes. Ora, diz os nomes todos àquela senhora, do que é da burra.

INF2 O que é da burra?

INQ Mas a senhora também sabe.

INF1 Sei.

INQ Então diga .

INF1 Que eu andei com a

INF2 A primeira coisa

INF1 Olha, espera , que ela diz que eu que diga. Olhe, a primeira coisa é o freio.

INF2 Ou a cabeçada.

INF1 Ou a cabeçada. Mas o melhor é o freio, que se sasca nos dentes, aguenta-a melhor. Tem a sela.

INQ Em madeira?

INF1 Sim, em madeira. Que se põe [vocalização] O melhor é pôr umas cobertas por cima para ela não não esfolar e isso. Tem [vocalização] A sela tem umas correias que lhe vai por baixo da barriga da burra que é para aguentá-la , está percebendo? e por trás do rabo.

INQ Como é que se chama? Isso que passa por trás

INF2 É a cinta.

INF1 [vocalização] A cinta.

INQ A cinta.

INF1 A cinta da burra.

INF2 Tem outro atrás contra o rabo que é o rabisco.

INF1 É o rabisco, contra o rabo não sabe? , que é para aguentar bem a sela.

INQ Para a sela não ir para a frente.

INF1 Sim senhora. lhe joguei três mergulhos de cima da minha! Mas não vou mais!

INF2 E E do rabisco pega duas tiras que vai pregada à sela, que é por via de o a sela não caminhar para a frente. Para trás anda bem, que os quadriles lhe aguentam; mas para a frente, as espáduas são mais um bocadinho estreitas, para ela não caminhar.

INQ E mais nada não leva mais nada.

INF2 Não tem mais nada.

INF1 Não tem mais nada.

INF2 E depois tem os ganchos [pausa] de prender na sela para pôr a [pausa] a erva ou ou o que é.

INF1 Tem uns ganchos de pre- prender na sela. Tem uns ganchos de ferro, não sabe? Que é [vocalização] Os ganchos de ferro são [vocalização] assim, [pausa] mas aqui na- Está entendendo? Qu- E levantados para cima para aguentar a comida.

INQ Sim. A comida? Ai, aquilo que se leva em cima, a carga.

INF1 É aquilo que se leva em cima. É.

INF2 E depois tem umas cordas, a sela, pregadas por cima à sela.

INF1 Que é comida para o gado ou lenha ou Acartam o que a gente quer!

INQ E depois tem umas cordas ainda que se passa

INF1 Tem umas cordas ainda a amarrar por cima da comida.

INQ Como é que lhes chama?

INF1 Pois diz- diz-se que é umas cordas de amarrar a a comida do gado à burra.

INQ E não tem assim umas coisas que, que até se torcem para apertar a, a carga?

INF1 É as arças as arças da- das cordas.

INQ As arças das cordas.

INF1 É. A gen-

INQ E nunca metem um pau pelas arças para apertar?

INF2 Às vezes usa-se o pau, mas outras vezes não se usa.

INQ Não?

INF1 É. Outras vezes não se usa.

INQ Não nada aqui que chamem um garrocho?

INF1 [vocalização] Arrocho? Pois no [vocalização] no gorção, quando eles [vocalização] acartavam comida e acartavam lenha, eles tinham aqueles arrochos não sabe?

INQ Ah, tinham?

INF1 Tinham.

INQ Para apertar a carga?

INF1 Sim, para apertar a carga.

INQ Era um pau?

INF1 Eram dois até! Um, assim metido no meio; e o outro, para a [vocalização] enfiava na corda está entendendo? E [vocalização] E depois prendia, ficava ali bem arrochadinho, para a carrada não virar nem para um lado nem para o outro.

INQ Portanto, isso era no gorção é que se usava o arrocho?

INF1 É. O mais é no gorção.


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