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GRC21

Covas, excerto 21

LocationCovas (Santa Cruz da Graciosa, Angra do Heroísmo)
SubjectA vinha e o vinho
Informant(s) Flórido
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ Ah! Enquanto o vinho estava doce, no princípio, não costumam guardar um, alguma coisa para fazer o quê?

INF Angélica. Faz-se angélica bem boa.

INQ E como E como é que é? Como é que se faz a angélica?

INF Aquilo faz Para ela ser boa, é metade de aguardente [pausa] e metade de vinho mostro. Mas é tirado aquilo não é bem, bem do primeiro, mas antes de ele começar a ferver. Se ele começar a ferver, arrebenta com tudo.

INQ Rhum-rhum.

INF A gente até, por acaso, quando faz angélica, eu deixo sempre ficar o barril da angélica dentro duma dorna. Se arrebentar fica fica aproveitada. Agora se [vocalização] se se solta, aquilo vai-se tudo embora.

INQ vai tudo Portanto, quer dizer, põe-se, punha-se metade de mosto?

INF Metade de mostro e metade de aguardente.

INQ Agora é antiga? Portanto

INF Pois. Isso é que é [vocalização] Isso é que é angélica de primeira!

INQ E depois fica assim algum tempo?

INF Pode ficar dois ou três meses sem lhe mexer mais.

INQ Rhum-rhum.

INF Se passar um mês ou [pausa] um mês e tal sem a abrir, [pausa] aquilo está ali sãzinha que consola bebê-la.

INQ Pois. Mas o, a angélica é a mesma coisa que o vinho abafado?

INF É a mesma coisa.

INQ É a mesma coisa.

INF Aquilo é doce que consola!


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