INF1 E o ano passado, uma senhora mesmo lá da freguesia da Luz ia tomar os seus banhos mesmo. Muito limpa! Toda deformada do reumatismo! Essa senhora [pausa] custava-se ele a a se sentar na água, que era na parte das crianças – quando lá depois f- quando lá for, vai ver. Tem uma piscina para as crianças. Eu ajudava, e outros, por baixo do braço, a segurar, a descer a senhora. Ela sentava-se, mas ao fim talvez aí duns quatro ou cinco meses, a senhora já estava a mover-se sozinha, sem precisar ajuda.
INQ Hum-hum.
INF1 São formidáveis, aquelas águas são formidáveis!
INF2 Eu Eu lá já estive com um sobrinho. Que veio a minha irmã, que estava na América a minha irmã – outra veio com o seu. Teve uma criança que teve lá uma febre, e a criança, com certeza que enfraqueceu e deixou de andar. Tinha seis anos. Deixou de andar. E ela fez toda a diligência lá no, no, nas naquelas cidades com juntas médicas, mas não lhe [pausa] deram cura. Depois resolveu… Por causa dessas águas do Carapacho, resolveu a vir e trazer a criança consigo. Mas aqui os médicos… Ele nessa altura tínhamos três: o [vocalização] o mais idoso, o doutor Joel Jóice, esse era da opinião de [vocalização] de a criança tomar banhos só, na poça, mais nada; o [vocalização] outro, o Jonas, era da opinião de ele tomar banhos quentes, dentro. [pausa] Mas depois ele tinha lá uma enfermeira durante o Verão… Porque os três meses de Verão estava sempre lá um médico, [pausa] que pertencia ao Carapacho, que era da Praia, o Doutor Jordão. Esse também era bom! Costuma ser: fazia primeiro a consulta antes de a cria- de a criança, de a pessoa, usar os banhos. Ele ia sempre à consulta médica. E ele depois é que mandou
INF1 Eu sei quem é.
INF2 Uma pessoa [vocalização] Mas depois como um doutor de cá, o Joel Jóice, que era já muito idoso e tinha muitos conhecimentos das águas de lá, tinha dito que seria melhor no [vocalização] de fora, concordou [pausa] que a criança que fosse tomar banhos fora, na poça. A minha irmã falou a um rapazote de lá por causa de poder meter a criança no mar e lhe dar o banho, [pausa] e [vocalização] e ao fim dos oito dos oito banhos, a criança começou a andar. Seis anos. E foi lá.
INF1
INQ Mas há quantos anos, mais ou menos, que, que se descobriu aquilo, portanto, que as pessoas começavam a ir para lá?… Já é muito antigo? Mesmo das outras ilhas?
INF2 Muitos anos!
INF1 Ah, há muitos anos! Muitos anos!
INF2 Há muitos anos. Até tinha lá – eu não sei se ainda continua a ter – ainda muletas, dependuradas, que pessoas deixaram.
INF1 Talvez. Mas achas que tem lá muletas? Eu já não vejo isso por lá.
INF2 Ah, mas tinha.
INF1 Mas tinha, mas tinha. Mas presentemente já não vejo nada disso.
INF2 É isso.