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LAR06

Larinho, excerto 6

LocationLarinho (Torre de Moncorvo, Bragança)
SubjectA criação de gado
Informant(s) César
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Quando a vaca está assim, que comeu demais, diz: "Olha, a vaca está", quê?

INF Quer dizer, comer demais: "Está a arrotar" [vocalização]

INQ1 Como é que havia?

INQ2 Empertigar?

INQ1 Empertigar? Não?

INQ2 Acontece?

INF Ah, isso isso, qu- quer dizer, acontece empertigar, mas isso não é comer demais.

INQ1 Ah!

INF É comidas que fazem mal.

INQ2 Ai é comidas!

INF Porque não ser comida que faça mal, o animal nunca empertiga. Não ser comer comida, grão, ou certas comidas que faça mal, farta-se bem e as ovelhas sucede igual , mas não, não não empertiga de morrer. Agora, se comer, por exemplo, figos, grão, certas coisas, é que está a empertigar, isso é que está sujeita a morrer.

INQ1 Ah! Portanto, pára

INF Às vezes, até

INQ1 É como se lhe parasse a digestão?

INF Pois. A gente Pois. Que aquilo [pausa] empertiga-lhe a um ponto dentro que lhe pára mesmo. Depois, por exemplo, a gente usava-se e agora também se usa , ata-se-lhe um vincelho à boca, porque o animal logo que, se remoer, [pausa] tudo muito bem; mas o animal encontra-se tão incomodado que que, daquilo pegar a inchar dentro, ele não remói a boca fica quieta , e então o animal empertiga e arrebenta. E então usa-se agora também injecções e coisa , usa-se: a gente ata-lhe um vincelho na boca, um vincelho de giesta, abre-lhe a boca e ata-lhe um vincelho, faz-lhe estar a boca aberta e ela assim, com a boca aberta, com o vincelho [vocalização], com a boca aberta, é obrigada a entrar-lhe ar e a sair, e então a barriga vai-lhe baixando. Porque, com a boca aberta, ela até é obrigada a botar ar. Portanto, bota e também entra e recebe. E é a razão de pegar-lhe a barriga baixar. Não lhe mete- Não lhe atando isso na boca, é um problema. Antigamente, era o que se fazia mais. Agora injecções, tal, é diferente. Mas antigamente nós,

INQ1 Era

INF havia uma vaca, uma ovelha e tal, era ir logo a saber dumas giestas, a ata- a abrir-lhe a boca, fazer-lhe atar Atava-se-lhe aquilo atrás à cabeça e coisa, e ela estava ali com a boca aberta, bastante tempo, bastante tempo, e a barriga pegava a baixar. Era nós

INQ1 Que engraçado!

INF O O salvação d- dos antigos era esse. Agora, hoje não. Hoje, uma vaca está a empertigar, vai-se a chamar o veterinário e fazem-lhe até furos. Agora até lhe fazem furos. Fazem-lhe furos até no vazio, dão-lhe umas injecções, fazem-lhe um furo no vazio, o vento sai-lhe e o buraco torna a fechar, pronto! Nós agora fazem assim. Agora, antigamente, era os vincelhos.

INQ1 Era

INF Ao poder dos vincelhos, é que lhe fazia botar o ar fora, [vocalização] ao antigo.


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