INQ1 Olhe e na arramada onde é que punham a água para ela beber?
INF Não. Eles não bebiam na arramada.
INQ1 Não?
INF Não.
INQ1 Ah!
INF Não. Só bebiam à noite [pausa] quando iam para a arramada e saltavam de manhã e iam beber quando saltavam da arramada. Iam beber, iam beber Iam beber aos aos poços – o coiso de beber eram os masseirões. Havia uns masseirões, umas pias feitas em madeira.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Pois. Que eles faziam uns umas pias muito compridas, não é? Pois. E outros bebiam nuns tanques – havia tanques. Faziam um tanque, e mesmo um tanque no chão.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Pois. Faziam tanques e então o gado ia beber nesses tanques.
INQ2 Então e esse masseirão onde é que estava?
INF O masseirão estava ao pé do, ao pé do ao pé de poços.
INQ1 Ah pois.
INF Onde havia poços que tinham água…
INQ2 Portanto, tirava-se a água do poço, deitava-se…
INF Tirava-se-lhe a água do poço com o caldeirão. Pois. Era mesmo um caldeirão. Nesse tempo era um caldeirão, não era um balde. Era um caldeirão. Tirava-se do caldeirão [pausa] para dentro dos baldes, os bois iam bebendo, iam bebendo, iam bebendo…
INQ2 Do masseirão?
INF Pois, do masseirão…
INQ2 Punha-se dentro…
INF Quando a gente deixasse Quando eles deixassem de beber, a gente deixava de tirar água. Pronto.
INQ2 Pois.
INF Pegávamos neles e íamos embora.
INQ1 Pronto. Sim senhor.
INF Pois.
INQ1 Olhe, já agora tratava de tudo deste gado. Olhe, elas comem, comem, comem e depois…
INF Remoem. Pois. Começam a remoer, a remoer, a remoer. Isso é durante a noite.
INQ2 Pois.
INF Depois de comerem, remoem durante a noite. E durante o dia, durante [vocalização] da da parte da manhã, remoem… Até mesmo, andam trabalhando, também, às vezes, andam trabalhando e andam remoendo. Pois.
INQ1 Elas comem, a comida vai para aonde?
INF Vai para o bucho. Pois. E do bucho…
INQ1 Ficam com aquela grande?…
INF Pois. E do bucho [pausa] volta outra vez à boca. Olhe que aquilo aquilo está está uma coisa! É um destino mas dos tais, hã?! Pois, e depois engolem outra vez!
INQ1 Outra vez!
INF Pois. Vai para o bucho e depois vem outra vez à à boca.
INQ1 Pois. Olhe, e a porcaria delas, que nome é que se dá? Aquela que se leva depois para as eiras para?…
INF Então é a bosta. É a bosta de rês.
INQ1 E aquele sítio onde vão juntando a bosta e que depois, depois tiram, d-, das arramadas, tiram a bosta para fora para um sítio onde vão juntando?…
INF Então isso chama-se chama-se o, o moitão o moitão de estrume. Pois. É o monte de estrume.
INQ1 …
INF É o monte de estrume.
INQ2 Estrume ou esterco? Como é que se chamava antigamente?
INF Era um moitão.
INQ2 De esterco ou de estrume?
INF De estrume. Esterco não. Isso esterco é é coisa mais… Isso, isso Isso a coisa do esterco já já vai para a parte do porco.
INQ2 Ah! Está!
INF Pois. Isso já é esterco.
INQ2 Rhum-rhum.
INF E para a parte do do animal que é o boi e a vaca, já já é estrume.
INQ1 Pois. E portanto dizia: "vai-se tirar daqui a, a bosta para levar para o moitão"?
INF Pois. Para levar para o Pois, para levar para o moitão. [pausa] Pois.