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MIG01

Ponta Garça, excerto 1

LocationPonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
SubjectA horta e os produtos hortícolas
Informant(s) Amílcar Aristóbulo Amós Anacreonte
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Na, na couve ou no nabo, ele costuma a dar um, uma coisinha para cima, quando é novo que até se parte para comer cozido?

INF1 Na couve? [pausa] [vocalização]

INQ1 Ou no nabo.

INQ2 Na couve.

INQ1 uma Na couve. Portanto

INF1 Na couve? [vocalização] o olhinho da couve que está mais mais nova, mais tenra. E, às vezes, as [vocalização] as mulheres vão ao quintal e partem aquele olhinho da da couve para para fazer uma sopa, para fazer uma coisa

INQ2 E aquilo, quando ela está a começar a dar semente um quê?

INF1 [vocalização] Ele quando está a começar, [vocalização] a gente aqui usam: se é um para dar semente, a gente deixam aquele para dar semente. Não mexem nele. Não, não, nunca

INF3 Para semear a couvinha.

INF1 Para [vocalização] Para dar a semente, para ele para a gente tirar a couvinha, tem que colher E depois quando ela espiga, a gente tem que cortar aqueles olhinhos todos, quebrar aqueles olhinhos todos.

INQ2 Quando ela espiga, como é que chama àquela coisinha?

INF1 Aquilo é: o espigo é a semente. É aquele aonde estava

INQ2 No espigo?

INF1 O espigo estava-lhe na semente. Então aquilo pega porque aquilo começa pequenino

INF2 uma vaginha.

INF1 Vai, vai crescendo, umas vaginhas e aquilo é a semente da couvinha. Mas a gente tem [pausa] que lha cortar toda assim para para A gente tratam "capar a couvinha".

INQ2 E não , não plantas que dão espigo, dessas da Boa tarde. Pode-se chegar para

INF3 Não. Não.

INQ2 Sente-se aqui.

INF2 Ele corre ali mais ar.

INF1 Podes sentar aqui, então, mais para a cabeceira.

INQ2 Onde quiser.

INF3 É que não cadeiras ali.

INF4 Não, está aqui.

INQ2 Não umas outras plantas assim que se criam no quintal, que se aproveitam esses espigos para cozer?

INF2 É a couve-flor.

INQ2 a couve-flor?

INF2 Aqui é ela.

INQ2 No nabo, nunca se aproveitam espigos de nabo?

INF1 Não. A mais

INF2 A gente não. Aqui não. .

INQ2 Não?

INQ1 Mas o que é o olho da couve? Aquele O que é que chama o olho?

INF1 É aquela A novinha. É aquela couvinha novinha que está ali mesmo [vocalização], que depende pega a abrir as folhas grandes. Quando está novinha, as mulheres, às vezes, vão ali Se tem muitas couves Se não tem, apanham a desfolhar para ele. Mas se muitas, elas cortam logo aquilo para fazer um [vocalização] A mais tenrinha! A mais A couve torna-se mais tenra, mais nova. O olho da couve é o espi-, ali o olho.

INQ1 Mas aquele espigo quando era tenrinho nunca se costumava partir?

INF1 Pois. Mas se se as pessoas têm muito que temos muito aqui e muita quantidade , vão-lhe comendo aquelas tenrinhas. Porque tendo tendo com fartura, vão comendo! Agora se poucas, vão desfolhando, vão tirando as folhas melhores.

INQ2 Claro. Olhe e aqui não nada a que chamem grelo?

INF1 Um grelo?

INQ2 Um grelo. O que é um grelo?

INF1 Um grelo é grelo de batata. Uma batatinha muito miudinha! [pausa] Grelo de batata!

INQ2 Sim senhor.

INF2 A batata, às vezes, é assim deste tamanho. A gente, os grelinhos mais pequeninos

INQ2 Começa

INF1 [vocalização] Às vezes, à, à [pausa] à batatinha mais miudinha, a gente tratam grelo.

INF2 A gente é grelo.


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