INQ Também ajuda. Também ajuda um bocadinho.
INF Ah, pois! É porque ajuda também um bocadinho, não é? Sempre são… Da Casa do Povo são dois contos e [vocalização] quatrocentos; dali agora do do seguro são dois contos e cem; sempre são quatro contos e meio – não é? –, pronto, por mês.
INQ São. Sim, mas também não é muito.
INF Ah [vocalização]! Se a gente fosse só a viver disso não dava! O que vale é a outra rapariguinha que anda diária a trabalhar. Essa anda sempre no serviço. Re- Vem aquele dinheirinho junto. Agora já ga- já ela o recebe um bocadinho mais… Dão logo [vocalização]… Bem, é nove contos, ou nove contos e não sei quê. E depois vem mais o [vocalização], o o subsídio, vem mais u- umas diuturnidades, vem mais depois das férias do Natal… Vem mais aquele dinheirinho! É o que vale para juntar a gente uns tostões para para poder fazer algumas obrinhas.
INQ Pois. Não, é que aqui está, está, também está tudo muito caro.
INF Tudo muito caro! Olhe que agora qualquer [vocalização] artista aqui [vocalização], ele é [vocalização] cem escudos por hora e [vocalização]… A trabalhar! Um artista? Oitenta e [vocalização] e noventa e cem. Veja lá! E se ao menos, muitas das vezes, se desembaraçassem serviço, não é? Mas às vezes estão a [vocalização] que passem as horas!