R&D Unit funded by

MLD44

Melides, excerto 44

LocationMelides (Grândola, Setúbal)
SubjectA língua e a comunicação
Informant(s) Galiano Graziela
SurveyALEPG
Survey year1980
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INF1 A gente [vocalização] vai conversando e, às vezes, lembra-se como é que Eu tenho, às vezes, até me envergonho ainda de falar assim, mas eu, muitas das vezes, [pausa] calha-me é dizer como aprendi.

INQ Pois claro. Eu gosto mais que diga como aprendeu.

INF1 Pois. Pois. E então a gente a gente, às vezes, [pausa] até deve ver como vergonha porque sabe que a palavra que não é dita assim. Mas é assim é que aprendeu muita muitas palavras.

INQ Pois claro. Então mas são tão boas como as outras.

INF1 Pois.

INQ São tão boas como as outras.

INF1 Mas [vocalização] sabe, vossemecês aqui, as senhoras, são educadas e [vocalização] não levam isso para campo nenhum de de a gente ser mais parvos que outro qualquer, por via de não dizer as razões bem. É porque aprendemos assim. Aprendemos assim. Não andamos estudando não. Mas aqueles mais novos como aqui os sobrinhos aqui da minha patroa , ontem, estavam aqui assim, e a gente até estava sempre com vergonha de eles de eles, calhando, qualquer coisinha, pois, aprenderam outra outra coisa. E então com uma pequena coisa que a gente se descuide a dizer assim as palavras, assim mais mal, vão vão fazendo pagode, pois. É. Ainda até, até

INQ Ah, mas não ligue nenhuma Mas não ligue a isso.

INF1 Até se fartam de rir. Até se fartam de rir de a gente dizer assim certas palavras mal ditas.

INQ Não ligue a isso, não tem importância. Eles depois também dizem outras palavras que eu não, também não digo. Por exemplo, eles também Porque to-, em cada sítio se fala da sua maneira, não é?

INF1 Pois, com certeza.

INQ E tão boas são as suas palavras, como as minhas, como as dos seus sobrinhos. A gente não tem nada que se rir uns dos outros!

INF1 Exactamente, então pois!

INQ Porque cada um tem a sua fala.

INF1 Pois então.

INF2 Até porque se a senhora desse em puxá-los, eles chegavam a pontos davam em dizer também coisas

INQ Que também não se usa na minha terra! Mas então eu não me vontade nenhuma de rir!

INF1 Pois, pois.

INF2 Sim. Quer dizer, o pequeno que sabe menos que o outro O outro lida com muita gente e e tem estado em Sines, e tem anda nessas praias, tem outro coiso. Mas o mais pequeno também sabe menos de que ele, e se vai se estender muito, quando sabe [pausa] também [pausa] vai-se abaixo.

INQ Pois.

INF2 Pois assim é que é.

INQ Mas as pessoas têm as, as falas das terras onde, onde nasceram e dos sítios onde nasceram.

INF1 Pois.

INF2 Pois é.

INQ Não têm nada que, que ter vergonha nenhuma disso.

INF2 É assim, pois.


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view