R&D Unit funded by

MTM06

Moita do Martinho, excerto 6

LocationMoita do Martinho (Batalha, Leiria)
SubjectA casa de habitação
Informant(s) Cassiano
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INQ1 Mas, por exemplo, o senhor precisava de lenha aqui para casa. Ia buscar

INF Sim, sim. Ia Ia buscar ao meu pinh- ao meu pinhal, cortava o pinheiro mais que estava mais mais doente ma-, ou seco , ou ou com um defeito, que não tinha crescimento; a gente desbasta, tira esse, esse arm-, esse, esse pinhal esse pinho assim e era daí que fazíamos a lenha para para se servirmos dela.

INQ1 Aquelas pequeninas dos lados, como é que chamava a essa lenha pequenina? Que até que normalmente era quando a gente acen-, é a primeira que se acendia para fazer a chama, para depois

INF É, é [vocalização] Chama-se-lhe a samalha do do, do pinheiro.

INQ1 A?

INF A samalha.

INQ1 Depois

INQ2 A samalha é aquela miudinha?

INF É aquela miudinha, pois.

INQ1 Depois havia os grossos

INF Os grossos é a ramada. A ramada dos pinheiros.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Ou ramos ou a ramada.

INQ1 Que eram aqueles. Portanto

INF Tem aqueles troncos mais grossos que que , que sai do do pinho, da pró- do próprio pinheiro, e que, e que e alarga para além e depois é nas pontas, aquela aquela machuqueira de de caruma é que é que a gente chamava-lhe, a, a [vocalização] por exemplo, essa ramada.

INQ1 Rhum-rhum.

INF A ramada do do pinheiro. E os outros era os ramos [vocalização].

INQ1 Os ramos?

INF Pois.

INQ1 Depois aqueles grossos que não se podiam pôr inteiros?

INF Era, eram Eram cortados [vocalização] em bocados à medida, mais ou menos, como a gente entendia que era preciso para para pôr na na fogueira, no, no no lume. Com, tra- Traçava-se isso ou com uma machada ou com um serrote.

INQ1 Traçar?

INF Sim, traçar, exactamente.

INQ1 Rhum-rhum. Mas mesmo aquela do pinho, do grosso

INF Do ?

INQ1 Cortavam-se assim uns bocados

INF Uns bocados, e depois ele faziam-se as achas de, de [vocalização] desses toros para [vocalização] para queimar então ao lume.

INQ1 Pronto. Inteiro chamava-se um toro, não é?

INF Um toro. E depois e depois é, e-, era

INQ1 Pois.

INF era, exactamente, com o toro, fazia-se em achas para para pôr na fogueira. até lhe chamam cavacas. Faziam

INQ1 É o nome de ?

INF Exactamente. Fazem Fazem-se as cavacas

INQ2 Mas as cavacas são pequenas também? Ou são, são bocados

INF São tiradas de- desses toros assim mais ou menos desse tamanho.

INQ2 Assim? Desses toros desse tamanho?

INF Pois. E aquilo era rachado assim depois.

INQ2 Rachado chama-se uma cavaca?

INF Uma cavaca, sim.

INQ1 Rhum-rhum. E depois da cavaca não se fazia mais pequeninos? Portanto, a cavaca era

INF Não, não. É, era Era queimada assim.

INQ1 E com as cavacas fazia-se assim um monte, era uma quê?

INF Ele era um monte de cavacas. Deixavam sempre um monte de cavacas. Era sempre isso.

INQ2 Cavacos nunca se chama?

INF Cavacos o que se refere A gente sen- refere-se a cavacos quando é os, o os bocaditos pequenos da da ramada assim de cima.

INQ2 Ah! Pois.

INF Isso é que é os cavacos, que é aqueles toros delgaditos. Olha, cavacos de pinheiro. "Acendi a fogueira com uns cavaquinhos de pinheiro".

INQ2 Rhum-rhum.

INF Também se fazia.

INQ1 Ah!


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view