INF Quer dizer, é é…
INQ Mas o que estava a dizer pode ser lá de baixo do Alentejo.
INF Sabe às vezes o que o que se faz, o que se fazíamos, antigamente? Chamavam-lhe as respigonas. Como, por exemplo, ficava a masseira com uma pouca de farinha,
INQ1 Sim.
INF a gente varria a masseira [pausa] e apurava aquela farinha outra vez pela peneira, uns rapões ficavam, e depois fazíamos umas respigonas sem fermento. Amassava-se aquilo sem fermento, com o sal… A respigona, quer dizer, que era salgada.
INQ1 Hum…
INF Botávamos-lhe sal, [pausa] com a água fria… Amassávamos com a água fria, com sal, e depois metíamo-la ao forno. Olhe, sabia tão bem que eu sei lá – essas respi- respigonas! Respigonas é como lhe chamamos!
INQ1 Eu nunca comi. Nunca comi.
INF É o pão sem fermento, mas sabe bem. Sabe muito bem… Não crescem. Não crescem logo como o de fermento – como o outro!
INQ2 Pois.
INF [vocalização] Que era para aproveitar a farinha que ficava.