INQ1 Ah! Além dos malhais, que eram aqueles paus, não, não havia assim um redondo de madeira, também, que se punha em cima?…
INF Pois, chamava a gente o alguergue. Não era madeira. Aquilo nem era madeira. Era em [vocalização] em cimento, assim [vocalização], em cimento ou na fraga dura, porque a gente, ele tinha ali assim um coiso redondo, assim onde se punham as seiras, e de lá vinha a caleira, directa à à tarefa, e naquela tarefa, primeiro não é que primeiro, não é o que aparava o azeite… A gente dali passava-o para outra – é que, ele na tínhamos ele era umas d- duas. Tinha, tinha Vinha de baixo da vara o azeite a correr para aquela, e a gente ia ia – aquilo eram ele uns potes grandes –, tinha o sangradouro por baixo, a gente sangrava para um outro canal que havia para baixo san–.
INQ1 Para um?
INF [vocalização] Assim por baixo do lá do piso do lagar, havia um a- um augueiro para mor de sair aquela água para fora.
INQ1 Alguergue?
INQ2 Agueiro.
INF Um Um augueiro.
INQ1 Agueiro. Desculpe que eu não tinha percebido. Sim.
INF Assim um [vocalização], um dum auganal, como a gente cá chama. Aquilo é por baixo; e a gente sempre tinha um espiche lá na no fundo daquele pote, quando ia subindo, a, a tinha água… Aquilo ele tem água sempre por baixo, o azeite vem sempre para cima, e a gente ia sempre sangrando aquele azinhavre por baixo e o azeite entrava por cima. Depois passava-se então para o outro é que, é que. No outro po- Na outra tarefa é que era metido o azeite.
INQ2 E na outra tarefa já não tinha água nenhuma?
INF Já não tinha nada. Era só
INQ2 Era só o azeite?
INF Era só o azeite puro. A gente ia-o passando a pouco a pouco, devagarinho… Ele E fazia-se a calda primeiro! E depois no fim de fazer a calda… Porque agora o azeite não é caldeado como era naquela altura. Naquela altura era caldeado nas seiras, aquilo é que era com água a ferver, ia sempre… [pausa] Era sempre caldeado.