INQ Então, conte-me lá como é que se fazia o trabalho todo do linho.
INF Do linho? Primeiro semeava a semente; tinha cá a semente, semeava-o.
INQ Como é que se chamava a semente?
INF A semente era linhaça; [pausa] a semente é linhaça. E depois então a gente semeava. Para o tempo, a gente apanhava… Ele o linho era muito bonito. Quan- Quando me eu cá andava na, na, na no campo, na nas fazenda, era muito bonito ver mesmo o linho. Bem, a gente ele usava era o linho. A gente, depois de apanhado, era repanhá-lo e depois era seco. Apanhava-lhe quando ele já estava assim curado. E aqui neste [nome] botava-o no no [nome]. Tínhamos um um, um… por mor de arrepelar a semente – assim como é que lhe chamava, já não me lembro –, e [vocalização] e depois era alagado na água. Era alagado na água aí oi- aí oito dias. Depois tiravam-no, era maçado – tinha tenho cá a maça também, sei que a aqui tenho por baixo, a maça de amaçar o linho. Era maçado e era tascado, espadanado…
INQ Mas maçar era para tirar o quê? Maçar…
INF É para ti- É para tirar a palha, tirar a que não servia para, para ele para o linho.
INQ Pois.
INF Para ficar assim.
INQ E depois tascava, para quê?
INF E depois era depois era… Ele no fim de maçado, era tascado.