INF Deve de haver de muito feitio, não é? Agora a gente aqui, quando é a vinha nova – logo nova –, é [vocalização] valas muito fundas para levarem lenha, ou palha, ou isso assim, que é para depois o bacelo ficar ali ao de cima, mas depois ter onde ir comer lá quando for [pausa] parreira. Naquela altura ainda não. Depois de estar dois anos, ou isso assim, é que ele é que ele… Aquilo é um bacelo que a gente lhe chama. Foi uma, uma uma vide que rebentou. Cá o meu pai fazia assim: plantava uma vara e depois essa vara, vinha muitos, muitos bravos; e depois ele, desses bravos, arranjava um viveiro e tornava-se bacelos enraizados; desses bacelos enraizados, depois [pausa] eram plantados nessa tal terra que foi arranjada para a vinha; ao fim de dois anos, se tinha grossura já, é que ela era enxertada com uma estacazinha – uma vide, que se diz –, que se vai cortar a uma das outras; já com uma grossurazinha é que se vai pôr no tal bacelo [vocalização] – lhe chama a gente –, que é um bacelo americano. Corta-se a rama toda que tem, fica só o troço. Com a outra parte duma mais velha que se foi buscar, faz-se a estacazinha. Faz-se um golpe no bacelo, põe-se lá a estacazinha. Faz-se com uma coisa própria que é a ráfia, tudo à volta, tudo à volta, põe-se um moitão de terra. Se ele tiver de rebentar, rebenta, dali é a parreira – a plantação, cá. Mas se for a mergulhia, [pausa] duma parreira velha fazer uma nova, já é diferente.
INQ1 Sim.
INQ2 E como é que chama a essa?…
INF Chama-se uma mergulhia, porque é, ou ou seja mergulhão, não sei há pessoas. Por exemplo, aqui agora era a vinha, faltou aqui um. A gente para o ano nesta, [pausa] com uma aqui vizinha dela, deixa uma vara por baixo. Se se há-de tirar, fica. Depois no outro ano a seguir, ela está grossa, abre-se uma vala, ela vai por baixo da terra e vai ficar só com uma pontinha no sítio onde a outra secou. Essa vai fazer uma parreira filha da outra.