INF Esses homens mais antigos não queriam não queriam trabalhar… Não queriam o horário das oito horas porque eles trabalhavam… Eles Trabalhava-se: falava-se à segunda-feira; ao p- depois ia, iam ferrar iam lá ferrar, era uma hora só a segunda-feira. Trabalhavam cinco dias e ganhavam seis horas. Tinham de manhã, tinham… Ferravam com meia hora de sol; de de manhã até ao almoço tinham [vocalização] meia hora de descanso; ao almoço, tinham uma hora e um quarto; depois iam ao jantar – à uma hora da tarde, iam ao jantar; tinham uma sesta, duas horas de sesta. Ferravam-se às três. Toda a gente, ninguém dava as duas horas, davam duas horas e um quarto. Depois ferravam. Da parte da tarde até à despega, tinham quatro fumaças para descansar. Tudo dava meia hora. E tinham meia hora de fumaça.
INQ Fumaça, isso era, era…
INF Era descansar. Fumassem que não fumassem, aquele período de tempo descansavam. Descansavam.
INQ Mas fumavam, aproveitavam para fumar?
INF Quem não fumava, não fumava; estava a descansar.
INQ Está bem.
INF E então enregavam. Esses homens tinham as oito horas aqui na região. Trabalhavam as oito horas na região. Cá o hábito da região era isto: trabalhavam as oito horas na região. Maio, Junho e Julho. Eram os três meses que descansavam cansavam. E desse tempo em diante já não estavam as oito horas. Mas eles queriam. Davam o rendimento que dão hoje actualmente. Isto hoje, o 25 de Abril, na agricultura, foi foi uma peste que apareceu. Porque a gente na agricultura, por exemplo: tínhamos o gado; a gente lá [vocalização] ia ceifar; ceifávamos, carregávamos o pão com os carros de vacas. Tinha o carro de vacas com cangas e as vacas…
INQ E o senhor ainda se lembra da, de como é que eram esses carros?
INF Era um carro de bois. Era um carro com rodas de ferro.
INQ Ah!
INF E uma canga de, que que faziam os ca-… A gente é que lá é que fazia as cangas para a gente. Trabalhávamos com A gente trabalhava a fazer…
INQ A gente de lá faziam… Quem é que fazia as cangas?
INF Era a gente. Tinha Tínhamos um banco e tínhamos ferramentas, fazíamos as cangas. Aqui [vocalização] esses lavradores grandes tinham um carpinteiro para lhe fazer os carros, para lhe fazer a [vocalização] as cangas. Depois essa essa junta de bois que andava à frente, tinha um espelho, uma canga especial muito enfeitada e os os chocalhos e campainhas. E campainhas para o gado. Pastava-se Depois estava-se. E a [vocalização] ali no período – vocês andam para fazer essa época de tempo – e então de Verão, a gente fazia as debulhas à pata de égua: com um trilho e duas bestas a cortar o calcador. E era tudo a braçal.