INQ1 E quando ia para a prensa, punha as seiras em cima duma?… Punha as seiras em cima do quê?
INF [vocalização] As se-, ia ia um carro de mão, um carrinho com a massa, e depois punham as seiras, e era escaldado com água – com água a ferver – e enchiam de massa. Depois ia para a prensa apertar, estava duas horas ali a espremer. Eles apertavam com uma roda, com uma roda e com e essa roda tinha um cabo em ferro onde eles se agarravam. Mas o meu avô apertava sozinho. Não precisava… Era um homem possante! Ele sozinho apertava apertava a prensa. Mas quando não era… Aqui no Couço, também houve um lagar desses. [pausa] Houve.
INQ1 Aqui no Couço também havia?
INF Houve. Havia, sim senhor. Também havia um lagar desses.
INQ2 E o sítio onde se punha as seiras, davam algum nome?
INF Isto, as seiras chamam-se os capachos.
INQ1 Sim.
INQ2 Aqui como é que se chamam?
INQ1 As seiras.
INF As seiras, no fim de espremer, tiravam-lhe o dos capachos o bagaço. [pausa] O que estava dentro é os bagaços.
INQ1 E quando apertava a prensa, para apertar, em cima das seiras não tinha assim um, um? …
INF Tinha um tampão em ferro. Esse tampão é que apertava, ia a apertar até ao limite. Tinha uma graduação para para apertarem até chegar a essa graduação.
INQ1 E olhe, quando está ainda lá no moinho, não sai um primeiro, não sai logo um primeiro azeite?
INF Não.
INQ1 Não?
INF Sai a água-ruça. Depois é que eles vão purificar. Tem as m-, as as meduras as, as, as. Chama-se aquelas latas onde vai o azeite é as meduras. E dessas latas, das meduras, vai purificando, tem [vocalização] um cano para purificar. E tem O homem que trabalha – que é o mestre do lagar – é que sabe: vai a água… O azeite vem ao de cima e a água vem para baixo. Tem uma torneira para tirar. E quando eles querem fazer o roubo para o inferno, estão ali na cara, os tipos não vêem nada. Dão um pontapé na torneira, deixam correr até eles lhe parecer. Depois dão-lhe outro pontapé. Eu era garoto, fui mais o meu pai ao lagar. O meu pai percebia; o meu avô foi quarenta e nove anos mestre de lagar. O meu pai nunca quis ser mestre. Porque ser mestre dum lagar, é preciso ter um feitio! Os Os fregueses chamam ladrão, chamam tudo, e eles, o que é eles têm de ter um feitio especial para não discutir com os clientes. [pausa] É essas coisas todas.