INQ Onde é que é o curioso aqui? Há algum curioso cá na Terceira?
INF Agora não… Agora não tem. Agora não tem.
INQ Já não há?
INF Agora tinha ali um senhor Capristano, do Areeiro, que aquilo ele era como um médico, senhora! [pausa] Era tal e qual como um doutor. Eu digo como o senhor doutor Elisário me disse um dia: "Ele não é"… Digo eu: "É um curioso"! Diz ele: "Ele não é curioso. É um médico [pausa] daquilo que é bom"! [pausa] Era então! E receitava remédios, ia-se buscar à botica, e a criatura era um instante para ficar melhor. Era, sim senhora. Mas era um homem que sabia ler muito bem, [pausa] e tudo o mais. Ele pregava galochas! O seu princípio foi a pregar galochas. [pausa] E no resto foi aquilo daquela maneira. Também arranjou muito, que era muito governado mesmo!
INQ Pois.
INF Arranjou muito. Mas era um médico de primeira! E se achava qualquer uma coisa, mesmo lá [pausa] no seu ver, com os seus olhos ou não sei o quê, o que achava, dizia: "Tu há-des ir para o doutor. Porque tu estás fraco dos pulmões". E chegava-se ao doutor, era certo. [pausa] Sim senhora. E Nosso Senhor levou-o; Nosso Senhor nunca o havia de ter levado!
INQ Pois.
INF E curar feridas e [vocalização] [pausa] então… E abrir mesmo… Coisas que pre- que precisava de abrir, ele abria e [vocalização] tirava, e c-, e e amanhava, e ficava ali tudo bom que consolava! Teve sorte, coitadinho! E Nosso Senhor levou-o. Mesmo já era muito velho, então também!
INQ Era já muito velho?
INF Era, já era velho. [pausa] Já era velho então!