INQ1 Olhe, e não houve barcos que antigamente … se deu, afundaram aí…
INF1 Muitos.
INQ1 e que depois, às vezes, ficaram metidos na, no chão, e que as redes pegavam lá naquilo, nunca aconteceu isso?
INF1 Não, aqui não.
INQ1 Não, aqui não.
INF1 Aqui não, aqui não aqui nun- as redes.
INQ1 … Barcos antigos?
INF1 Aqui nunca ficou barcos desses no fundo.
INF2 Aqui já houve um naufrágio que vieram dois homens engatados nos anzóis.
INF1 Aqui houve houve um naufrágio mas foi foi aqui foi aqui ao mar de Viana.
INF2 Naufragaram .
INF1 Olhe, eu estava lá eu estava lá à beira.
INQ2 E porque é que naufragaram?
INF1 Naufragar… Foi o barco ao fundo. Naufragaram, até morreram todos. [vocalização] Eu, por acaso, at- nesse naufrágio, eu estava lá à beirinha. Estava lá à beirinha, mas estava muito temporal. Estava muito vento de leste, mesmo vento de terra, luar, muito lua- luar bravo, via-se via-se tudo. E o barco, esse barco ia largar anzóis – o tal troler do congro, o safio, o tal troler, [pausa] os tais trolers que eu lhe disse, o troler do congro, o safio, o troler. Ia a largar – o barco também já era velhinho – e pega mesmo daqui à como daqui à terra, assim, como daqui àque- ali àque- mesmo ali, olhe. O barco enc-, conforme bateu na pedra, o barco esc-, para mim, escanou, e morreu tudo. Morreu tudo, morreram. E depois deram falta do barco. Nós, ali à beirinha, não não pensámos nada. E depois lá foi o barco que eu andava, lá foi t-, também foi lá ao [vocalização]. Foi procurar. Que a minha senhora estava na cama a dormir, nem soube, nem sabia de nada. E vieram dois homens engarrados ao agarrados aos anzóis, ao troler esse. Vieram dois homens agarrados ao troler. Mas apareceram todos.