INQ1 Um que anda durante a noite e que dá um, que diz cá-vai, cá-vai, cá-vai?
INF Que andam durante a noite? O pássaro que aparece aqui, e coisa… Às vezes aparecem dessa maneira. A gente até lhe tem zanga. Será as corujas?
INQ1 Sem ser as corujas. Um que diz cá-vai, cá-vai, cá-vai?
INF Oh, e há os mochos, também são danados para um coiso.
INQ1 Rhum.
INF Há um pássaro que é um mocho [pausa] que é danado para andar também de noite.
INQ1 Mas ainda é outro. Ainda é outro.
INF Mas esse também já não há muito. Já há poucos mochos.
INQ1 Pois.
INF Risos Também Também há já pouca coisa dessas. É também já raro encontrar-se. Risos É quase tudo cornudo, já não há mochos. Risos
INQ2 Eu não estava a perceber. Não estava a perceber a piada.
INF Está aqui uma mulher, além no largo, que ainda agora quando você estava falando ali comigo, estava ali o marido agachado. O marido dessa mulher estava ali agachado. E depois um dia foram os dois aí – ele tem uma espingarda –, foram os dois na b- na bicicleta, conta ele. Ele é que conta isto. Diz ele: "Espera lá que eu vou matar aquele pássaro que está ali". Começa a andar com a espingarda de roda do coiso, e ela encostada além à [vocalização] encostada à bicicleta à busc- à espera de ele vir. E ele não vinha. "Então o que é que andas aí fazendo"? "Ando a ver se mato aqui um mocho". Risos A mulher é um bocadinho assim simplória, diz-lhe assim: "Deixa já o passarinho! Então se tu fosses mocho também gostavas que te matassem"?! Risos