INF Aqui já há muitos anos [vocalização], aqui, estas áreas aqui, era aqui combatida dos lobos. E os lavradores queixavam-se [pausa] que, de vez em quando, [pausa] ovelhas, cabras, coisas dessas assim, os lobos perseguiam isso aí. E depois, a serra de São Mamede é que era que pagava, [pausa] que era o quartel do, do dos lobos. [vocalização] E então os lavradores [pausa] fizeram uma reclamação ao Estado [pausa] e e fizeram uma batida na serra na serra de São Mamede, aos lobos. Apanharam tantos como é que se lá não fossem. [vocalização] Eu fui lá. [pausa] A gente fomos começar aí para o lado de Alegrete – é que a gente começou na serra – direito mesmo à serra de São Mamede. [pausa] Oh pá, então eu, [pausa] eu passei a sítios [pausa] tinha que fazer assim aos pinheiros para ser capaz de passar! [pausa] Porque era pinheiros que davam para vergar. Mas no sítio onde eu passei, dali para baixo, havia ali [vocalização] um coiso qualquer de [vocalização] de corrente de água, e lá em baixo havia um rochedo, e ao fundo do rochedo fazia um grande pego [pausa] de água. E lá donde estava pus-me a contar o pessoal que estava lá. Ao Ao pé desse pego contei lá trinta pessoas! Estou convencido que de, de de mim até lá aonde estavam esses, não ia não passou lá ninguém. [pausa] Os lobos tinham lá muito campo para lá ficarem. Não passou lá ninguém porque o caso era este: é que [vocalização] o mato, juntamente ao- aos pinheiros, [pausa] era muito. E então a carumba ia caindo em cima daquele mato, ia acamando o mato. Mas acamava até um certo ponto. Havia vezes que eu levava assim um pau e punha o pau assim e sumia-se-me o pau [pausa] todo [pausa] para chegar ao chão. [pausa] E outras vezes eu não punha o pau, eu punha lá os pés, ia logo para baixo, [pausa] até chegar ao chão. Era a carumba que estava [pausa] no coiso. Parecia que era o chão mas não era o chão. Era o mato que estava debaixo da carumba.