INF Todo o ano tem sempre as suas coisas. Porque [vocalização] no quintas Eu entretenho-me muito nas quintas. Porque a quinta, todo o ano a gente poda. A gente vai ao quintal, logo que vê um galho seco, a gente vai sempre tirando. Pois ainda hoje estive ali já em duas quintas nossas, a passar o sachinho, só uma mondinha pouca, mas todos os meses eu passo [pausa] para ser fácil. Porque se eu passar todos os meses, eu vou lá duas horas e passo tudo. E se eu deixar aquilo enrelvar e ficar muitas mondas, olha, já não se consegue chegar lá. Já isso então dá para dias, a gente trabalhar dias e dias. E assim, todos os meses, pronto, isso vai isso vai mesmo fácil. Também, ainda hoje, também dei uma passagem numa parte que é a Bananeiras. [vocalização] Tenho tudo tapado de monda, dá dá pouca erva, mas se aparece algum pezinho de trepadeira – que é uma erva que a gente chama erva-de-galinha, não sei se os senhores lá conhecem? –, mas a gente também tem que andar sempre sobre ela porque se ela a gente não andar sobre ela, ela fecha tudo e [vocalização] e não deixa a banana se criar. Temos que andar sempre à luta com ela. Praticamente são estas coisas que isto vai acontecendo.
INQ Portanto, qual é a diferença entre a quinta e a horta?
INF A d- A diferença entre a quinta e a horta é muito diferente. É porque a quinta é laranjeira, é macieira, era a pereira, [vocalização] o limoeiro, a tangerineira, a mandarina, [vocalização] praticamente, e as macieiras. É isto tudo que [vocalização] estão na quinta…
INQ As bananeiras também?
INF E as bananas. Esta terra nunca é cavada a eito, funda. Esta terra a gente só rapa. E a terra que tem as laranjeiras, e que tem a [vocalização] as macieiras, e que tem a pereira, e que tem as mandarinas e as tangerinas, e isso, praticamente essa árvore, essa árvore de fruta, a gente não ca- [vocalização]. A gente deixa criar trepadeira, que é a tal erva-galinha, que a gente apanha todo o ano para as galinhas comerem. Já as hortas não. As hortas, a gente não deixa criar nada. Quando a gente, agora nesta altura, está a cavar – e a gente aqui até bota estrume das vacas, bota estrume dos porcos –, e [vocalização], e nã- a gente ali não deixa criar nada. A gente mete depois o alho, a cebola, a couve; praticamente toda a hortaliça que a gente põe ali, quando a gente vai tirando a hortaliça, a gente mete-lhe o milho. [pausa] A gente não deixa crescer muito o milho por causa de não ficar só com as valentes. Mas quando ele ainda está novinho, a gente arranca e põe-o todo sobre a terra estendidinho, para assombrar a terra de Verão. E a terra fica uma terra fofa, uma terra leve, e aí é que é que ela fica uma terra doce de trabalhar. Não se vamos com o gado acima da terra da horta.
INQ Rhum-rhum.
INF Não, de maneira nenhuma.