INQ E aqui nunca foi hábito de se meter a, a morcela também debaixo da, da gordura? Ou comia-se logo a seguir?
INF Ah, havia alguém que punha em gordura. Mas não, comia-se a morcela fresca. Até porque muita gente vendia muita morcela e que não ficava com muita morcela em casa. Mas comiam a morcela fresca, posta… Porque conservavam-na no fumeiro.
INQ Rhum-rhum.
INF Ficava Quando a tiravam, conservavam-na ele ao la- naquele pau que penduravam a linguiça, lá tinham também os as morcelas penduradas. Mas que [vocalização] [pausa] o que ficava dentro da banha era o sarapatel.
INQ Era só o sarapatel?
INF Era só o sarapatel.
INQ Não dava nome nenhum àquele pau?
INF O pau da é o pau da da linguiça.
INQ Nunca chamaram baralha por aqui?
INF Não. Pau da linguiça que é co-. Eu tenho, por exemplo, um pau que – sei lá! – eu lembro-me de ter um pau toda a minha vida, até talvez vinte cinco ou trinta anos. Depois ele partiu e [vocalização] e a partir daí tenho outra vez um pau com mais de vinte anos. É sempre o mesmo pau que se pendura a linguiça. Quando se tira a linguiça, arruma-se o pau para o outro ano ir buscar. É sempre no mesmo pau.