INF1 E outra vez, o meu pai… Ele, por vezes, estava sempre a contar que uma vez vinha de de Vale de Cambra e chegou ali à às Penhas da Felgueira um que chamavam-lhe o Assis.
INF2 Sei.
INF1 Olha, o pai do pai daquele daquele Assírio das cortes.
INF2 Sim, sim, sim.
INF1 Chamavam-lhe o Assis.
INF2 Pois chamavam.
INF1 E o meu pai vinha de noite, já tarde de noite, com uma camada de neve, e vinha de lá para cima, e chegou lá e esse homenzito andava a pedir, a mendigar, a pedir uma esmola aqui, outra esmola acolá. Andava a mendigar. Ele chegou lá e ia ele no carreirito e o homem estava a morrer. O meu pai botou-lhe a mão para cima: "Eh, patrão! Eh, patrão! Eh, patrão"! Conheceu-o. E ele foi e [vocalização] a gente não já não falava. Só Só mexia com uma perna. O meu pai volta para trás e foi à Felgueira chamar… E conheceu logo que- quem ele era e foi ter com a à casa do filho e disse: "Eh rapaz, olha que o teu pai está ali arriba a morrer". Ele [pausa] começou a chamar, vieram uns à Felgueira para cima, chegaram lá, mais o meu pai, ainda mexeu com a perna na mesma. O homem morreu com o frio, de noite!