INQ E aqui nunca acontecia a gente dei-, de se deixar a terra dum ano para o outro e sem ser cultivada porque ela estava fraca, ou não?
INF Nunca.
INQ Semeava-se todos os anos?
INF Todos os anos. Agora tínhamos tínhamos agora isto diferente de todo o mundo: as terras acolá, lá para cima, quando já não queriam produzir, nós íamos com os bois e os carros; ia-se buscar agora terra [pausa] [vocalização] longe. Longe [vocalização] A terra é pequena, mas [vocalização] lugares aí levar o dia para se ir buscar dez carradinhas de terra! Já viram os nossos carrinhos de bois aqui?
INQ Rhum-rhum.
INF Levar o dia para se ir buscar dez carradinhas de te-, de, de daqueles carrinhos, dez vezes, de terra, para [pausa] de acolá para aqui para para a terra produzir! E outras onde onde tinha a terra era mais [vocalização] mais possante, que tinha terra dentro de si, era com estevas a fazer covas na na terra e a ir para o fundo. Covas muito [pausa] [vocalização] mais altas e mais profundas do que daqui da, da do telhado para baixo. Porque a terra, ele mais do do fundo vinha, melhor era! Tinha diferentes [vocalização] qualidades de terra e aquilo tudo tudo caldeado uma na outra é que [vocalização] é que era bom. Quando a terra não queria produzir, e nós fazíamos isso: íamos buscar terra fora para para a terra [vocalização] poder produzir. De maneira que elas produziam sempre.
INQ Rhum-rhum.
INF O que fustigava aqui era o vento. O vento é que era mau.
INQ Pois.
INF Em anos que havia vento em Agosto e Setembro, destruía [pausa] dava mau caminho a tudo. [vocalização] Os milhos ficavam ficavam a nada. Agora quando não havia vento, que o tempo ajudava, a terra produzia bem de tudo. Produzia milho, trigo, centeio, batata, abóbora. Produzia de tudo. O vento é que era mau.