INQ Olhe e, e, portanto, é a mulher que fica a aparar o sangue?
INF É, sim senhora.
INQ E como é que ela faz para o sangue não coalhar?
INF Ela mexe muito no sangue – não sabe?
INQ Com um pau?
INF É. Com uma pá, mexe, mexe…
INQ E onde, onde é que apara o sangue?
INF Às vezes, é num balde. Outras vezes, é num alguidar. É conforme a pessoa quer.
INQ E põe alguma coisa para o sangue não coalhar?
INF [vocalização] O Aquele sangue depois é coado – não sabe? – por um pano ralinho.
INQ Mas, portanto, não põe nem sal, nem vinagre, não põe mais nada?
INF Põe. [vocalização] Põe o sal antes de ir aparar – [pausa] está entendendo?
INQ Ah, no fundo do, do coiso.
INF No fundo.
INQ Sim. Põe lá o sal e depois apara o sangue e mexe.
INF Pôs lá o sal e depois apara o sangue e e mexe. E depois, então, já se tem a cebola – a cebola das morcelas – que se deita logo o sangue na cebola – está percebendo? E.
INQ Enquanto não coalhou? Ou já está coalhado?
INF El- Ele já não coalha, ele sendo – não sabe? – deitado logo. Se a cebola está da da caixa ou do frigorífico, está bem fria, aquele sangue é coado e deitado lá.
INQ Mas é coado para quê?
INF Pois, é que – sabe? – [vocalização] sempre o animal tem escumas; faz escumas no sangue; às vezes, vêm espumas no sangue. E aquelas espumas ficam por cima do [vocalização] do pano. Toda a gente coa o sangue.
INQ Ai é?
INF É, sim senhora.