INQ Para saber quem é que quer uma coisa ou outra, quem é que faz o, os?…
INF Ah, tem que se partir. Quer dizer, nós, o meu pai ainda nos partiu antes de morrer.
INQ Pois.
INF Partiu, e todos os filhos as fizemos as nossas partilhas, as nossas sortes. Botámos esta leira para aqui, esta para aqui é o Lameiro, para ali é Couve, para ali… Tu- Ao fim vimos se realmente estava tudo bem. Depois tirámos os números, tirámos uma folhinhas: "É o número tantos"! "Esta é o número tantos"! Pronto, cada um ficou com o que lhe tocou. Mas tanto leva o mais velho como o mais novo!
INQ Pois.
INF Aqui não há diferença donde está.
INQ Portanto, normalmente é o, o pai é que faz essa divisão primeiro, a partilha?
INF Quando quer. Há quem faça assim porque muitos estão, se calhar, fora e deixam os trabalhos, os terrenos deles de poulo e quem está aqui a trabalhar trabalha-os. E depois, se calhar, recebe os de poulo e fica com os trabalhados o outro. Isso é para não se revoltarem depois, para um não receber o bom e outro receber o ruim. Então parte-se e depois o que o quer trabalhar trabalha; o que o não quer trabalhar deixa. Mas [vocalização] muita gente só parte ao o pai morrer.
INQ Ah!
INF Depois de o pai morrer, partem: a metade é para a mãe e a metade é para os filhos. Depois, todos unidos, fazem as partilhas e s- e [vocalização] vão às sortes.