INF1 Aguar a lã, nós fizemos. Está uma senhora a fiar num fuso, a outra senhora a fiar – nós tratamos, depois de o fuso estar cheio, nós tratamos a maçaroca –, juntamos os dois fios, é o o aguar, para o fio ficar mais grosso, para podermos trabalhar a malha da lã de ovelha, para [vocalização] para se conseguir…
INQ Estavam a aguar a lã com lã.
INQ2 Sim senhora.
INF1 É. Aguar era – nós aguávamos, a minha mãe também era igual –, era: nós aguávamos um fio com fio para ficar mais forte.
INQ1 Pois, pois, pois. Para ficar um fio duplo.
INF1 [vocalização] É isso. [pausa] Nós estamos assim.
INQ1 Ah, exactamente. Claro.
INF1 Nós tratamos aguar é juntar um fio duma com um fio doutro e para ficar mais seguro.
INQ2 Mas…
INF1 Ainda torcemos um bocadinho.
INQ2 Mas isso era numa máquina ou era assim à mão?
INF2 É à mão, é.
INF1 É tudo manual.
INF2 É isto.
INF1 É no fuso. É neste fuso.
INQ2 Passava-se por um fuso novo dos dois?
INF1 Não, era duas pessoas a fiar.
INF2 Não, era… Duas pessoas a trabalhar.
INQ2 Está bem.
INF1 Ou então uma fiava, fiava uma trabalhava em dois fusos, fiava, enchia este fuso – tratava-se a maçaroca –,
INQ2 Rhum-rhum.
INQ1 Rhum-rhum.
INF1 tornava a pegar no outro fuso, quando tinha, mais ou menos, a medida que via que tinha fiado no primeiro, juntava os dois fios. Em casa também da minha mãe era assim.