INF É, é. É fetos.
INQ1 Algumas não me lembro, mas acho…
INF Olhe, antigamente sabe o que é que se enfeitava cá [pausa] com giestas? No domingo de Páscoa, enfeitava-se as ruas com giestas. A gente ia buscar ali abaixo…
INQ1 No domingo de Páscoa?
INF No domingo de Páscoa. Ia-se às giestas e punha-se – mas isso já há muitos anos! – e punha-se assim na rua a enfeitar a rua.
INQ2 No chão?
INF Hã?
INQ2 No chão da rua?
INF No chão. Pois.
INQ2 Cobriam a rua?
INF Pois. Cada qual ia buscar pa-.
INQ1 Então, mas era porquê? Depois vinha cá o?…
INF Não. Era hábito das pessoas irmos às giestas. Quando eu era nova, íamos às giestas e depois punha-se assim à direcção das nossas portas no domingo de Páscoa.
INQ1 Ah! Ai, cada uma punha à sua porta e depois ficava a rua toda cheia.
INF À sua porta. [pausa] Pois. Mas isso, perdeu-se isso.
INQ2 Já não se faz?
INF Não. Mas conheço-as bem, que há ali muitas ali em baixo.
INQ1 Rhum-rhum.
INF E uma que era pior- piorneiras que chamava-se.
INQ1 Sim?
INF Para fazer um nó com a mão esquerda [pausa] para ver se a gente era capaz. Havia Dantes havia além muitas, mas agora já não há!
INQ1 Então e a piorneira é como?
INF É parecido com a giesta.
INQ1 Ai é? Então e qual é que é a diferença? Tem também florzinha amarela ou não?
INF Tem Não! Aquela era só assim uma coisa, assim mesmo na haste, uma… Parecia mesmo a giesta, mas chamava-se piorneiras. E a gente com a mão esquerda às vezes era capaz; às vezes fazia um nó, assim com a mão esquerda.
INQ2 Com a mão esquerda.
INF Pois.
INQ1 Deve ser difícil!
INF Havia tantos ali! Bem, mas isso agora já não há nada aqui. Há por aí, ele mais longe em mais lados, não é? Isso também aí houve há. E havia ali uma à entrada logo da aldeia, e a gente gostava – quando era nova – gostava muito de experimentar com a mão a ver se éramos capazes de fazer o nó.