INQ Já alguma vez alguém foi mordido por uma víbora aqui?
INF Aqui na nossa aldeia já foi. Olha a mãe desse desse rapaz que vocês [pausa] estiveram lá no café desse Dâmocles, desse Jacinto.
INQ Rhum-rhum.
INF A mãe, mordeu-lhe uma víbora, está aleijada do do dedo onde a víbora lhe mordeu.
INQ E o que é que se dizia que se fazia para curar?
INF Ah! Ela foi para Lisboa, ela cá não… Aquilo…
INQ Pois, não faziam nada aqui?
INF Diziam dantes que [pausa] que a gente dando um golpinho para sair o veneno, que… Mas ela foi para Lisboa, eu nem sei se lhe deram algum golpe, se que não. Isso já foi coisas [vocalização] já há muito ano, não me lembra já. Essa mulher tem um… Não sei qual é o dedo. Andava a mondar arroz.
INQ Rhum-rhum.
INF Andava a mondar, mas ela não estava dentro de água. Aquilo [pausa] estava no combro, porque aquilo [vocalização] tem uns canteiros, não é?
INQ Rhum-rhum.
INF E t- E ela calhou a pôr a mão assim em cima do combro, estava logo a víbora, mordeu-lhe, aquilo aleijou-a num dedo. Está aleijada dum dedo. E está ali outro homenzinho, também levou uma mordidela duma víbora na ceifa. [pausa] Pois andava a ceifar o pão, também lá lhe mordeu uma víbora. Agora esse bicho até já desapareceu. Já não há bichos quase nenhuns destes. [pausa] Mordeu-lhe uma víbora, também [pausa] esteve muito mal! Foi para Lisboa, enfim… Mas já morreu esse homenzito. Pois já morreu, mas não foi disso.
INQ Não foi disso.
INF Não foi disso.