INQ1 Mas não chamava abegão?
INF Não [vocalização]. [vocalização] Era Era mas era um um procurador.Um
INQ1 Sim. Esse era o que era responsável pelas coisas.
INF Por as coisas.
INQ1 E aquele que era o responsável pelo gado só? Pelo, pelas reses? Não lhe chamava abegão?
INF Era, era… Olhe, era… Não senhora. O das ovelhas era um pastor.
INQ1 Sim.
INF E o do o do gado, [vocalização] a gente aqui nunca trazia assim o gado entregue.
INQ1 Pois.
INF Dos pastores sei eu
INQ1 Rhum-rhum.
INF que era um pastor que tomava conta das ovelhas. Agora a gente aqui o gado nunca trouxe. Eram as próprias pessoas é que tratávamos do gado. Então havia muita gente naquela altura.
INQ2 Pois.
INF Que trabalhava! Que trabalhava! Que agora Que agora ainda há muita gente… Que trabalhava! Agora… Então antigamente as mocidades, tudo tomava os t-, os os ofícios dos dos pais.
INQ2 Pois.
INF Agora quem é que toma os ofícios dos pais? Não senhora! Tudo o que é de trabalho, alvorou tudo. Então já não querem trabalhar no… Vão para outras vidas mais finas.
INQ2 Pois.
INF Então, olhe lá, antigamente a gente ficávamos com o nosso ofício, da que a gente tinha dos nossos pais. Agora não. A gente agora tudo… Tudo o que a gente os queremos ver é bem. Então, a gente… Ele agora o que a gente os quer é ver é bem.
INQ2 Pois.
INF Então a gente não sabíamos uma le-. O meu ho- marido que Deus tem sabia só escrever o nome dele. Mas a senhora não calcula a alegria que ele tinha de os netos terem inteligência. Ele não via mais… Ele até julgava que ninguém tinha uns netos como ele. Amigo deles! E E dizia assim… E eu vou assim: "Olha, tu tem"… Olhe que ele ia sempre… Quando era o cortejo da queima das fitas, mesmo quando os netos eram pequenos, ele ia sempre ver. E disse assim: "Já cá não estou quando os meus quando os meus lá andarem". Mas, graças a Deus, ainda foi. Dos mais velhos.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Agora destes mais novos… Já este ano um foi caloiro, este da minha filha, desta mais…, já não foi. E ele gos-. Era uma festa que ele adorava de ir ver. Eu, às vezes, digo assim: "Ah, vais olha lá, vais tu"… "Vou. Gosto de ver. Gosto de ver". E então quando os netos iam, olhe, ele já não fazia nada durante o dia. Ia logo lá ter com eles lá acima à à universidade. E o meu Edmundo dizia assim – o irmão da Dulcínia –, dizia assim: "Ó avô, você não vá tarde". "Não filho, não. Eu, quando tu lá estiveres, eu também já não devo falhar muito"! Estava lá. Era a doidice deles. Mas vê, que a gente já não… Já não foram no nosso coiso, porque a gente quer é vê-los bem. A gente já estamos a já estamos como o outro. Já estamos por pouco. [vocalização] O que é que a gente há-de fazer?