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Figueiró da Serra, excerto 24
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INF1 E E depois [vocalização] para se, para para andar a mó, tem que estar a a segurelha [pausa] de cima do pé.
INF1 E depois onde segura a segurelha é, chamam aquilo o veio.
INF1 E [vocalização] E depois o veio tem que segurar no no lobete, [pausa] naquele naquele caixito que [vocalização] – que tens que me lá ajeitar.
INF1 E depois da moega para baixo tem a a caneleira.
INF1 [vocalização] Depois é que tem o chamadouro para para puxar [vocalização] o grão da caneleira para cima da mó.
Eu já vou para baixo, se quiser ver.
Mas [vocalização] eu agora, [pausa] senhor, não tenho ninguém.
INF1 E agora todo o Verão a mó parou.
E eu agora até já lá fui buscar lá além um bocadito de cimento para lhe para lhe tapar os buracos, para não ir a farinha para o para o ba- cabouco.
INF1 Olhe, já me lembra uma vez… Lembra [vocalização]? – este senhor.
e ch- quando lá cheguei, três alqueires de pão, quarenta quilos, estavam tudo todos na levada.
, [pausa] Não tinha nada.
INF2 Estava tudo na levada,
INF1 Foi-me tudo para a para o cabouco.
[vocalização] Eu acabo com aquilo.
INF1 O cabouco é onde sai a água.
Chamam nós aquilo o cabouco.
Aquilo é, é o é o buraco [pausa] da mó.
INF1 Não é Não é o tremonhado?
INF1 O senhor também já viu alguma…
O ano passado quando veio este nevão grande cá, para aqui, caiu caiu lá muita neve em cima dos [vocalização] salgueiros que lá estavam, aquilo [vocalização] baixou.
E a levada depois [vocalização]…
E depois ainda disseram que criasse quisesse aquilo encanado,
mas não há ninguém quem faça nada
INF1 É ao cimo da levada.
Ao cimo é que é o açude, onde se tapa a água da ribeira.
Em primeira primeiro havia guarda-rios;
agora, se temos governo, [pausa] não há.
INF1 Eu só queria que o governador viesse ao pé de mim.
Ó senhor, eu não sei nadinha!
Sou uma parvita que estou aqui nesta área.
INF1 sessenta e sete anos
mas olhe que digo-lhe eu:
se temos governo, não é para todos.
INF1 Eu já tenho sessenta e sete anos.
INF1 E o meu nome é Ascensão.
INF1 Olhe, eu t– tenho pena em aqui estar.
INF1 Tenho dois filhos na França
e eu, se estivesse [vocalização] boa, é que ele aquele hoje estava ao pé deles, não estava aqui.
INF1 Se não fosse este filho meu [pausa]
INF2 Está melhor a gente aqui.
INF1 eu já tinha até desertado, nem estaria cá neste lugar, aqui onde estou, senhor.
Em cima é a açude, que vem pela ribeira abaixo
INF1 E depois vem a levada toda.
Uma comparação: aqui é a açude.
INF1 E vai a levada até além àquela mata.
INF1 E depois além é que vem a levada
e a água encaixa na cale.
INF1 Está, está É a uma chave que tem.
INF1 Tem [pausa] Uma chave que a gente alarga-a, vai – sei lá o quê – por aq- por aquela coisa.
INF1 E a gente quer só aquela média para não vir muita água na levada.
INF1 É a que fica na ponta da cale – que está lá tudo!
INF1 E é a única que está aqui.
Olhe, de tanto moinho, tanto moinho que aqui houve por a ribeira acima e e o único é o meu.
E eu digo cá aos meus filhos:
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