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Larinho, excerto 27
Text: -
INF1 Há um rasouro para arrasar os tais as tais rasas, os tais alqueires.
INF2 Mas é quem queira vender.
Quem queira vender é que tem que arrasar.
Não querendo vender, não não é preciso estar a arrasar.
INF1 Pronto, põe-se o saco
e não se está ali a arrasá-lo.
INF1 Isto é tudo da gente, não é?
Agora, por exemplo, quando é:
ou para pagar rendas, por exemplo,
que antigamente havia essas terras que estavam à renda, que não eram dos próprios donos;
arrendavam [vocalização] ao dono por uns tantos alqueires.
INF1 O Esse dia então da malhada, depois de estar limpinha e preparada, a gente mandava recado ao dono,
o dono com a gente via os alqueires,
portanto os alqueires então é que se arrasavam.
arrasava-se, a conta certa,
e dava-se ao homem lá no saco dele.
sempre fica umas espigas inteiras.
Isso chama-lhe a gente as rabeiras.
INF1 Esses restinhos depois vão praticamente para galinhas, para bestas,
que ele não se junta com o outro,
que são sujidades – pão partido e e espigas, e e, às vezes, cornilho,
que antigamente havia muito cornilho.
Um que sai do centeio na espiga do do centeio.
Forma lá assim uma coisa preta e [vocalização] .
INF1 Na espiga do centeio.
Que isso dava muito dinheiro antigamente.
INF1 Um quilo disso antigamente era capaz de dar sete ou oito centos mil réis.
INF1 Isso era para medicamentos.
INF1 Era para medicamentos.
INF2 Levavam-no para baixo.
Ele andava muito procurado.
INF1 Isso era muito procurado.
A gente estava Quando estavam a limpar, é um, é um é um corninho como isto, assim preto, assim género de desta folha, o que é escuro.
INF2 Andavam sempre aí atrás dele.
E [vocalização] por exemplo, a gente estava ali ao pé de limpar,
havia pessoas já própria que não deixavam perder um.
INF1 É como a gente aí a a encontrar dinheiro.
INF1 Que aquilo dava muito dinheiro antigamente!
INF1 E antigamente para a gente arranjar cem escudos era um problema, não é?
E havia muito antigamente!
INF1 Então, já já quase não se vê.
Lá se vê um grãozinho ao meio,
Agora já ninguém faz caso dele.
Agora, no tempo da nossa criação, isso valia muito dinheiro!
Não se Não se limpava quanto quando era um um cereal…
INF1 No [vocalização] No outro cereal, não.
Não se deixava perder um!
Havia pessoa já própria, consoante se limpava, ali ao pé do montão,
consoante caía a [vocalização] consoante a pá botava, caía ali limpinho.
Havia outra pessoa ali, uma pessoa ali ao pé, ou duas, a apartar, a guardar isso,
que isso valia bom dinheiro!
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