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Bade, excerto 11

LocalidadeBade (Valença, Viana do Castelo)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Anteu Arcângela Cleópatra

Text: -


[1]
INF1 Não,
[2]
a rojoada, isso é
[3]
Temos que ir a edo.
[4]
Mas q- quando é a matança
[5]
Mata-se o porco não é? ,
[6]
e depois dele [vocalização] abre-se,
[7]
tira-se-lhe a tripa toda fora, e tudo o mais não é? , tudo limpo por dentro.
[8]
Depois vai-se àqueles entretinhos que tem e àquelas faldas,
[9]
tira-se-lhe daquela carne, para se comer rojões
[10]
que isso agora é [vocalização] é à parte para a rojoada da matança.
[11]
E depois, dali a um dia ou dois, se um vai quando se vai desfazer o porco
[12]
Depois desfaz-se o porco
[13]
a gente põe-o todo em peças e todo em miúdo, não é? ,
[14]
então depois é que se faz a rojoada que é o que leva o sangue, que é o tais serrabulho.
[15]
É o serrabulho à moda antiga.
[16]
E depois quem faça
[17]
Nós agora não se u-
[18]
Aqui até não se usa [pausa] fazer a tais papa
[19]
INF2 Aqui não se usa!
[20]
Ele não se usa quem não o faz!
[21]
INF1 Quem não quer!
[22]
Fazer com com os ossos do porco e com carne mais mais ou menos não é? ,
[23]
fazer aquela, a, o, [vocalização] a t-, a tais a tais papas de rolão a tais papas de rolão.
[24]
Eu gosto muito;
[25]
a minha mulher agora não quer;
[26]
agora a gente não é moderna.
[27]
INF3 não o milho traçado no moinho de água
[28]
INF1 É.
[29]
Era o moinho esmagado todo ali então no moinho de água não é? ,
[30]
faz aquele milho t- trilhado.
[31]
INF3 É quase como arroz.
[32]
INF1 É quase como arroz.
[33]
Depois é:
[34]
é muito bem peneirado, muito, muito bem peneirado.
[35]
Depois é é limpo com água, que é para ficar o [vocalização] que é verdadeiro milho não é? para não ficar com aquela parte de de farelo.
[36]
INF1 Com a casca do milho.
[37]
É, é.
[38]
E é assim.

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