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Ribeiras, excerto 9
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a gente, aqui, [vocalização] esperamos aqui a baleia aqui…
Mais ou menos, estamos num local aqui de perto,
nunca estamos muito longe, por causa de quando estamos [pausa] para arrear.
De forma que [vocalização] vinham lá,
lá o sinal lá de cima é atirar um foguete.
E a gente então lá vamos.
[vocalização] A vigia por os rádios é que vai guiando guiando a gente por ali fora, por ali fora.
O sítio mais ou menos donde ele vê [vocalização] que a baleia está – não é? –, manda parar a gente.
E a lancha larga os botes.
O bote além, isso é só bote que a gente arreia agora – um bote.
De forma que a gente afasta-se um bocadinho da lancha, porque, é claro, nunca ele manda largar no lugar no sítio próprio da baleia.
Manda um bocadinho desviado para a ba- a baleia não sentir a [vocalização] a lancha, [vocalização] o motor da lancha.
E [vocalização] de forma que a gente faz lá o nosso cálculo,
ele diz mais ou menos na direcção
Em sendo baleia grande, que esteja mansa [vocalização], aquilo é mais ou menos, [pausa] uma hora, hora e u- hora e um quarto que está por baixo,
[pausa] depois vem para cima flutuar.
Em cima da água aquilo prrrr!
[pausa] Às vezes, costuma estar, sei lá, aí [pausa] uns dez minutos, o máximo,
Dez minutos, por cima, [pausa] até ir para baixo.
Portanto, a gente faz o nosso cálculo
A baleia, então, a gente está mais perto do lugar que podemos chegar,
pois a gente rema para ela – ou remo ou de vela,
também pode ser de vela, [pausa] e de remos.
[pausa] E lá vamos então à baleia.
procuramos a maneira como havemos de ir a ela…
É que o mais conveniente é ir [vocalização] ou por o por a banda da cauda, do rabo – ou que a gente cha- [pausa] chamará bem a cauda! – e a banda da cabeça, ao andar dela.
É mais conveniente porque é mesmo é menos perigoso.
Se não a gente saindo ao atravessado, temos que atrav- avançar por cima dela.
De qualquer das maneiras é perigoso,
E [vocalização], e há-de vá, trancamo-la,
e ela [pausa] se é boa, pois fica em cima da água.
Ele, às vezes, pronto, [vocalização] fica acima da água, depois de a gente lhe dar com o arpão.
Depois de lhe dar com o arpão, fica em cima de água.
E a gente então vamos com as lanças e [vocalização] para dar cabo dela, claro.
e a gente temos que [pausa] atacar por o lugar próprio para a matar.
E a [vocalização] Depois de estar morta, pois a [vocalização] a lancha reboca para o para o lugar das fábricas.
[pausa] A gente faz-lhe um buraco – não é? – na cauda
[pausa] e [vocalização] e amarramo-la.
Depois lá vão rebocando para as fábricas.
E é isto é que é a baleia, mais ou menos, que a gente…
O estilo que a gente usa por cá é isto!
Porque, às vezes, pff, agarra-se um bocadinho de frescos aí fora, que é maus tempos, agarra-se, às vezes, maus tempos, mas…
É uma vida como outra qualquer, mas, é claro, uma vida, às vezes, meio esquisita.
Às vezes, agarra-se um bocadinho de mau tempo.
INF1 [vocalização] Não tem horas certas, senhora.
INF1 Ah, fácil, é muito rápido,
Pois ele eu tenho eu tenho que transpor as milhas que elas estão desviadas da costa.
INF1 Mas depois de estar lá, às vezes pode estar na coincidência de a gente chegar e ela sair logo a caminho.
E ela ser de bom jeito, ela ser de bo- bom modo, quer dizer, há baleia de bom bom génio que a gente chega e tranca e mata rápido, não é?
Acredite que o outro dia apanhámos uma,
[pausa] acho que não levou bem uma hora,
Ele entre largar e matar levou uma hora.
É isto só o que eu lhe posso dizer como que tenho passado.
INF1 As mais dificuldades é as baleias que [vocalização]…
É a miúda, as de cardume, que estão…
Há umas mais más do que outras.
Mas Mas, aí, a gente, que custa mais a morrer que a gente temos aqui é a baleia que está para ser mãe.
É mais custosa mesmo de morrer.
Não posso então lhe explicar.
Não tenho uma inteligência para lhe explicar mais.
A gente [vocalização] faz o mesmo que faz com as outras
[pausa] Não sei por qual é a razão.
As baleias que estão para ser mãe para serem mãe, é mais custosa de de morrer.
[pausa] É isto o que é a nossa vida de cá.
INF2 E a baleia quase sempre morre direita ao sol?
INF2 Agora me explique isso.
INF1 A baleia quase sempre, quando está para morrer…
Que a gente conhece a baleia quando está para morrer.
Que a baleia dá em [pausa] tombar-se de lado, e tal,
e a gente vê que está na na hora de morrer.
A gente é preciso ter muito cuidado nessa hora, porque nessa hora ela não se desvia da embarcação.
A baleia quando [vocalização] está para morrer, está doida – não é? – para morrer, com as agonias;
quer dizer, o animal também se-, so- sofre agonias.
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