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Bandeiras, excerto 20

LocalidadeBandeiras (Madalena, Horta)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Balbino Carmélia

Text: -


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[1]
Entrou para dentro para casa do rei,
[2]
e ele pega a ouvir falar a [vocalização] o rei
[3]
e pega a ouvir falar ali os criados e coisa,
[4]
e pega a dizer a mesma coisa: "Ele foi aqui em casa deste rei.
[5]
Isto foi coisa que ele mataram-no e coisa",
[6]
e vai,
[7]
faz-se [pausa] que é que era o marido dela.
[8]
Ela pega a dizer: "Que demora foi essa"?, e assim e assado,
[9]
e ele disse: "Ah, fui-me caçar,
[10]
enganei-me,
[11]
e depois andei perdido, para aqui e para acolá"
[12]
E ele vai
[13]
pegou,
[14]
pensou que era a mulher,
[15]
toca a dar dois beijos,
[16]
chega à noite, para a cama juntos.
[17]
Mas ele pegou na sua espada
[18]
e enfiou-a no meio da cama.
[19]
E a mulher fez uma operação à cabeça: "Homessa!
[20]
Não era costume fazer isto!
[21]
Agora pôs aqui a espada no meio da cama"!
[22]
E a mulher deitou-se pelo lado de dentro da espada e ele pelo lado de fora da espada.
[23]
Chegou de manhã,
[24]
ele disse: "Homem, eu gostava de ver isto aqui, este palácio"!
[25]
Ela disse: "Homem, tu o viste no outro dia,
[26]
porque é que queres tornar a ver"?
[27]
"Não, gostava de ver isto"!
[28]
E a mulher vai,
[29]
toma a correr e a mulher é muito feliz dele quando quer o marido ,
[30]
vai amostrar o palácio todo, bem am- amostrado,
[31]
chega acima,
[32]
disse: "Homem, que pala- que casa é aquela que está em baixo"?
[33]
Ela disse: "Homem, disse no outro dia:
[34]
aquilo é as Tonas de Belém,
[35]
quem vai, quem não vem"!
[36]
"Ah, sim, sim, ele me disseste no outro dia".
[37]
E ele pensou: "Oh, o meu irmão está "!
[38]
Pega em si,
[39]
ele foi,
[40]
disse: "Olha, eu não volto para comer".
[41]
Ela vai-se sentar,
[42]
está comendo
[43]
e ele vai assim: "Olha, eu vou dar um passeio.
[44]
[pausa] Venho mais tardinho,
[45]
vou-me dar um passeio"!
[46]
E caminhou, [pausa] no seu cavalo, no seu leão e com a sua espada.
[47]
Quando chegou fora desta porta o leão
[48]
e o seu o cavalo do irmão
[49]
e a espada.
[50]
O cavalo muito sequinho;
[51]
o diacho do leão muito sequinho.
[52]
Bate à porta,
[53]
ninguém falou.
[54]
A porta meia aberta e meia fechada, entrou para dentro,
[55]
esteve comendo tinha também alguma fome ,
[56]
esteve pondo o comer ao cavalo do irmão e ao leão,
[57]
deu também aos seus,
[58]
pegou a comer,
[59]
bate a mesma velha à porta: "Bom dia".
[60]
"Bom dia".
[61]
Pediu desculpa à velhinha,
[62]
de ele ter, de ele ter no lugar estava escrito para dar comida,
[63]
tinha fome,
[64]
tinha posto tinha visto aqueles bichinhos com fome,
[65]
tinha posto a eles,
[66]
queria saber o quanto era para pagar.
[67]
E ela disse: "Não.
[68]
Aqui não se paga nada.
[69]
Aqui o que se paga é jogar uma luta".
[70]
E ele: "Oh!
[71]
Olá, o meu irmão está é aqui"!
[72]
E ela disse: "Pois então, há-de-se há-de-se jogar".
[73]
E ele então estava a preparar-se para jogar a luta.
[74]
E ela disse: "Mas o senhor vai amarrar o seu cavalo e o seu leão".
[75]
"Ó senhora, mas não tenho com que amarrar;
[76]
eles são mansos,
[77]
não fazem mal"
[78]
"Ah, não, não não.
[79]
O senhor amarra com um cabelo da minha cabeça".
[80]
Disse: "Oh, oh!
[81]
O cabelo da tua cabeça é que foi é que está ali no numa corrente"!
[82]
E vem fora,
[83]
amarrou-o à argola bem amarrado
[84]
e levou,
[85]
passa pelo pescoço do cavalo
[86]
mas não não deu ,
[87]
encostou.
[88]
Vai ao, ao ao cavalo, a mesma coisa.
[89]
Pegam a jogar à luta.
[90]
Foram jogar à luta,
[91]
e ele vai,
[92]
vê-se atravancado.
[93]
Foi assim: "Avança, meu leão"!
[94]
E ela diz assim: "Engrossa, meu cabelão"!
[95]
Mas o cabelão não engrossou.
[96]
O leão avança [pausa] para dentro,
[97]
o cavalo avança,
[98]
ele desata, tira o tira o diacho do do leão do irmão,
[99]
e foi no leão à velha
[100]
e foi-lhe picando.

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