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Bandeiras, excerto 27
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INF2 Eu já nem me lembra.
Risos A minha filha foi muito bem.
A minha filha, isso devia-me eu queixar, foi devagar.
Eu já tinha trinta e seis anos quando a minha filha nasceu.
Mas eu ainda, ali à tardinha ao pôr-do-sol, ainda fui para casa da minha tia fazer uns biscoitos.
Naquele tempo não se usava pão como se usa hoje.
E é que isso eu estava com o ouvido à escuta de ser [vocalização] em poucas horas.
Disse: "Eu vou é fazer um quilo ou dois de biscoitos, porque sendo preciso, alguma pessoa que esteja mais eu, sendo preciso, com um pingo de café, já me arremedeio.
Não quero ir sair para as casas de ninguém pedir um bocado de pão".
Chegou-se ali ao pôr-do-sol,
eu fui para casa de minha tia
e fiz uma coisinha de biscoitos.
Mas já estava a [vocalização] queixar-se, somenas.
Pegava num braçadinho de lenha,
chegava aqui ao caminho – que ainda nessa altura não tinha forno –,
parava outro instantinho,
mas depois então rebentou-me a bexiga de água.
E depois eu estive-me lavando,
peguei numa toalha turca, branca, que tinha,
e ainda fui para casa de minha tia, eu mais o meu marido, moer uma fornada de milho.
Mas depois vim para casa.
Já quando vim para casa, ainda tive o ferro aceso para passar um guardanapo e um lenço da mão;
era a mania de não querer ter nada por passar de ferro.
Mas então já o lenço da mão, ia quatro e cinco vezes, para bem de o passar.
O meu marido disse que ia chamar minha mãe.
Digo: "Não se vai chamar ninguém.
Que eu quero impar sequer aqui à minha vontade"!
E foi me- foi mesmo assim.
Diz ele: "Ah, mas eu não estou aqui sozinho, eu mais tu, porque não compreendo nada disso".
E ele, coitado Mas eu não me queria deitar,
queria estar era sempre em pé, cá à minha vontade.
Diz ele: "Não, mas vais-te deitar
e eu vou a casa de tua mãe".
Era meia-noite e dez minutos quando minha mãe chegou aqui.
eu já estava na cama com a minha filha.
ela foi aqui chamar uma vizinha, para estar com ela – porque ela tinha medo, como eu já tinha mais uma idadezinha –,
e depois, mas, foi quando ela chegou, foi logo, em coisa de uma hora.
E elas depois obrigaram-me a pôr de joelhos.
"Então estandes em pé e a pequena nascendo, ela morre-te"!
Eu era mesmo estropelinas!
Olha, lá me obrigaram a pôr de joelhos,
e eu fui: "Olha, é agora"!
Foi como um peixinho-rei,
Nessa altura, era sempre à moda antiga!
Diziam elas: "Ó Graciano vai à cozinha buscar uma garrafa que é para ela assoprar no gargalo duma garrafa".
Olhe, ele tão depressa deu a volta,
[vocalização] veio veio o parto.
Foi assim tudo em segundos.
Tinha então as minhas coisinhas todas arranjadinhas, a roupinha da miúda, e mesmo roupa para mim.
Dei-lhe o meu bocado de pano de turco: "Olhem, vocês ensaboem-me este paninho".
e fui mesmo por os meus pés para a cama.
Porque já tinha uma mancheia de anos,
Que foi mesmo em casa, não precisei…
Mas eu não queria ir para o hospital.
E depois elas então minha mãe então é que cuidou disso:
é que corta o umbiguinho à miúda, e é que lhe deu o seu banhozinho geral.
E então, naquele tempo, também usava-se as suas cintazinhas de flanela, com quatro arreatazinhas, que se amarrava.
Mas elas punham então um bocadinho de unto sem sal e uma coisinha de tabaco.
INF2 Uma coisinha de unto sem sal e uma coisinha de tabaco.
INF2 Deste tabaco que se cheira, deste fininho.
E depois, dali, lavavam a pequenina
e depois tornavam a pôr aquilo.
Acabante cinco, seis diazinhos, cai aquilo tudo fora
e fica o umbigo saradinho.
Depois a minha mãe dizia assim: "Olha, toma cuidado!
Porque isto às vezes dão em dormir,
mas isto depois deitam umas cordazinhas amarelas ou coisas por a boca, que depois elas às vezes sufocam"!
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