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Santo André, excerto 34

LocalidadeSanto André (Montalegre, Vila Real)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Hortense

Text: -


[1]
INF Uma vez eu eu estreei uma blusa.
[2]
E depois a minha professora, foi logo dali que saí da escola, disse assim ele ele para uma rapariga ali na rua:
[3]
"Ó"
[4]
E ela diz-me assim:
[5]
"Ai, que asseada andas"!
[6]
E eu disse:
[7]
"Estreei uma blúsia".
[8]
Uma blúsia,
[9]
sabe?
[10]
Vem ela por trás:
[11]
"Anda .
[12]
Então como é que te ensinei na escola?
[13]
É blúsia ou é blusa"?
[14]
"Ai, é blusa".
[15]
Ficou "Que te fique em lembrança"!
[16]
Disse-me ela:
[17]
"Que te fique em lembrança"!
[18]
INF Pois, eu dizia
[19]
Agora ninguém diz blúsia.
[20]
Ele disse, aquele dia:
[21]
"uma blúsia".
[22]
E ela disse:
[23]
"Anda .
[24]
Então como é que se diz:
[25]
é blúsia ou é blusa"?
[26]
INF Eu vou-lhe descobrindo tudo.
[27]
INF Água e sabão .
[28]
Agora é o sabão em ,
[29]
é mais bom de lavar.
[30]
INF Umas barrelas.
[31]
Isso era as antigas que eu não usei disso.
[32]
Porque diz que os homens que usavam a camisa de linho, as calças de linho
[33]
Depois deitavam a água numa ba- num cesto,
[34]
punham a roupa em camadinha num cesto de vergas,
[35]
e deitavam-lhe cinza,
[36]
deitavam-lhe sabão,
[37]
e depois botavam aquela água a ferver em cima dela.
[38]
Era a tal barrela.
[39]
Mas eu não fiz nunca.
[40]
Mas ouvia-lhe falar à mãe do meu marido, que ela usava muito essa barrela.
[41]
INF Não.
[42]
deitavam o [vocalização] sabão e a cinza, que era para clarear as roupas.
[43]
Diziam que esta cinza de carvalho, da lenha de carvalho, que fazia clarear muito a roupa.
[44]
E noutros tempos a roupa era toda branquinha, de sarja e de linho,
[45]
e depois elas lavavam assim.
[46]
Era como lavavam.

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