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Vila Pouca do Campo, excerto 18

LocalidadeVila Pouca do Campo (Coimbra, Coimbra)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Dulcina

Text: -


[1]
INF Ele não era da minha
[2]
Era um vizinho que a gente acolá tinha.
[3]
INF Olhe, o trabalho do linho:
[4]
era semeado como a semente do nabo.
[5]
Depois era, era crescia
[6]
e a gente
[7]
agora, naquele tempo não havia químicas.
[8]
INF A gente mondava-o
[9]
Era um senhor que o teve.
[10]
E eu, na minha
[11]
era assim espigadita,
[12]
que eu
[13]
Até lho ia mondar,
[14]
mais juntávamos as cachopas
[15]
e íamos-lho mondar.
[16]
INF É mondado,
[17]
depois é crescido
[18]
[pausa] e depois é vinga;
[19]
e depois tem, vai vai para o sedeiro.
[20]
INF Ali em estando vingado.
[21]
INF É cortado
[22]
INF Não senhora.
[23]
Era cortado.
[24]
INF Era cortado coma como a erva.
[25]
INF Não senhora.
[26]
Isso é no fim.
[27]
[pausa] Ia s- Ia ser sedado,
[28]
que era para deixar cair a a semente.
[29]
INF [vocalização] Essa semente era umas coisinhas assim, assim.
[30]
umas umas cabecitas.
[31]
E [vocalização] E depois ia para o sedeiro
[32]
que era para deixar cair a semente.
[33]
Depois então havia uma dobadoira que era uma uma coisa com muito prego onde aquilo ficava quase em linhas.
[34]
Batia-se,
[35]
batia-se,
[36]
batia-se
[37]
e ficava quase em linhas.
[38]
INF [vocalização] Depois então era quando havia então a dobadoira
[39]
e botava-se assim em, em, na na roca, assim aos fiinhos assim.
[40]
E assim então tinha a dobadoira quatro quatro assim, quatro qu- quinas.
[41]
E a gente atava numa ponta.
[42]
A gente não.
[43]
Eles é que
[44]
Naquela altura eles é que o arranjavam.
[45]
E depois ficava, ficava
[46]
e atavam assim;
[47]
depois tinham umas umas agulhas próprias para o para o desfiar.
[48]
E era assim que eu o vi arranjar,
[49]
mas mais nada não vi.

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