INQ1 Pois. Olhe e… Como é que se chama o… Portanto, depois vem o relâmpago, não é?
INF1 Exactamente.
INQ1 Mas às vezes o relâmpago cai na terra mesmo, nas árvores…
INF1 Perigo. Perigo. Dizem que cai com o raio e com a centelha.
INQ2 Cai com?…
INF1 Com o raio e com a centelha. O raio,, [pausa] eu já vi; agora, a centelha, não vi. A centelha diz que é de espécie duma sachola [pausa] com três quinas, [pausa] em serra. Três quinas.
INQ1 Pois.
INF1 E o raio é comprido. [pausa] O raio é comprido e estreito. Tem também três quinazinhas. Tem três quinazinhas, o raio. E a E a centelha é como a é, com uma serra, uma espécie duma sachola.
INF2 Boa tarde.
INQ1 Boa tarde.
INQ2 Boa tarde.
INQ1 Olhe, e depois quando a gente vê assim muitos raios?…
INQ2 Como é?… Desculpe lá, é, um é raio e o outro é?…
INF1 Centelha. Quando cai o perigo do relâmpago, traz raio ou centelha.
INQ1 Olhe, e depois quando se começam a ver muitos raios diz-se que está a?…
INF1 Do sol?
INQ1 Não. Quando… Se, a gente vê muitos raios, diz-se que está a?…
INF1 A v- A fazer perigo. Quando a gente vê cair o… Quando a gente vê, às vezes, o trovão dá, o relâmpago dá em baixo, a gente diz assim: "Aquele relâmpago trouxe perigo"!
INQ2 Pois.
INF1 Quando a gente às vezes vê o relâmpago rebentar muito baixo, diz assim: "Aquele relâmpago O relâmpago trouxe perigo [pausa] perigo"! E o perigo, vem a centelha ou vem o raio
INQ1 Pois.
INF1 no perigo.
INQ1 Olhe, e às vezes por exemplo, a gente vai aí numa rua ou às vezes no mar e não vê nada à frente. Porquê? Há uma coisa que…
INF1 Nevoeiro.
INQ1 E se for um nevoeiro mais limpinho?
INF1 Um nevoeiro mais leve? Diz assim: "Está cerrado"! Mas, é claro, [vocalização] está cerrado. E assim em mais forte é nevoeiro. A gente é quando diz então: " [vocalização] O tempo está cerrado"! Cerrado quer dizer uma coisa mais leve, que se vê a vista ao distante. E sendo [pausa] que não se aviste qua- quase nada, é nevoeiro.
INQ1 Pois.
INF1 Uma cerração, av-, av- avista sempre, mas, sendo nevoeiro, já não se avista nada.
INQ1 Olhe, às vezes, há uma coisa branca que cai de noite, que cai de noite, aí…
INF1 A neve.
INQ1 Pois, mas só cai de noite, de manhã aparece tudo branco.
INF1 Orvalho.
INQ1 Mas o orvalho é água e às vezes aparece uma coisa que é?… A cobrir também as coisas…
INF1 Pois. Pois, é a neve. A neve juntamente com o orvalho. Porque a neve faz água. Desde a hora que a neve derrete, é água. O gelo, o senhor põe o gelo, desde a hora que ele derreteu, o gelo, [pausa] torna-se em água. Portanto, o que é que cai é a neve e da neve faz água. Ou a orvalheira. A orvalheira já não é ele o branco. Ele diz-se: "Água de Verão, cai orvalheira" – quando vinham tempos do mar. [pausa] Molhado, só! Não é frio mas é molhado.
INQ1 Pois.
INF1 Com licença.
INQ2 Claro. Portanto, o orvalho já é mesmo?…
INF1 O orvalho é diferente de [vocalização] da neve. Porque o orvalho, mesmo de Verão, com calor, cai orvalho de noite. Está molhado; a gente chega aí às paredes e isso está húmido. Mas não caiu frio. Portanto que a neve é uma coisa e o orvalho é outra.
INQ1 Pois.
INQ2 E a orvalheira?
INF1 E a orvalheira também. É o mesmo que o orvalho.
INQ2 Ah!
INF1 É molhado só, não é frio. Agora sendo neve, [pausa] resulta… Da neve resulta também a orvalheira.
INQ1 Pois.
INF1 E a neve,
INQ2 Pois claro.
INF1 a neve derrete-se em orvalho.
INQ1 Pois.