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MLD17

Melides, excerto 17

LocalidadeMelides (Grândola, Setúbal)
AssuntoO oleiro
Informante(s) Galileu

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INQ Olhe, e nunca acontece, as coisas quando estão ainda assim por secar deformarem-se?

INF Não.

INQ Não?

INF levandem alguma porrada que se partam. Risos

INQ Pois. Claro.

INF Uma vez é que uma senhora aqui era uma tia da minha mulher ia ali a um rapaz que tinha uma oficina em baixo muito, muito tempo, aquilo uma porrada de anos. E depois ele não tinha púcaros, para fazer o café, cozidos. E o ba- E o barro era encarnado parecia aquilo que estava cozido. Risos E depois diz: "Então e não vendes-me um púcaro destes, Ilídio"? "Não lhe vendo, não senhor! Isso estão crus"! "Ah, estão crus! Estás-me é a querer enganar! Não me queres é vender"! E ela tanto, tanto, tanto chateou o moço, vendeu-lhe o púcaro. Ora, o púcaro estava cru! Risos Chegou a casa, , encheu o púcaro de água. O púcaro estava seco, aguentava. Andou [pausa] O púcaro ao lume e, olhe, se foi governar. Daí a bocado quando veio de , aquilo estava tudo esborralhado, Risos o chá fora. Depois veio de , guerreou com ele: " Me enganaste"?! "Eu não a enganei! Então mas não lhe disse uma data de vezes que a senhora que isso não estava capaz! A senhora foi teimosa, levou; não tenho a culpa que eu bem lhe disse"! Risos [vocalização] Ora, pois a senhora estava zangada com ele porque tinha-o enganado. Então aquilo não estava cozido! Ele não lhe disse logo uma data de vezes que aquilo estava cru? Ela queria era levar o púcaro que tinha muito preciso. [vocalização] Oh! Quando veio de aquilo estava tudo esborrachado . Risos Pois. [vocalização]


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