INF1 Qual quê! Eu já não sei contos nenhuns; já há muito ano que não conto.
INQ Mas conta agora.
INF2 Uma história, conta aí…
INF1 Já não sei sequer o princípio deles.
INF2 Mas contandos agora, prontos.
INF1 Ando aqui para ver se me lembrava do p-, do prín- do príncipe Brilhante, mas não me alembra.
INF2 Não é preciso ser muito grande que é para não ser muito maçador. Mas
INF1 Hã?
INF2 Há uns muito…
INQ Ai, eu gosto daqueles que são muito grandes!
INF2 Risos Coitada!
INQ Contaram-me um em São Miguel que lhe levava para aí duas horas a contar.
INF2 Anda lá.
INQ Um que era do Príncipe Siri.
INF1 Este era do [pausa] do Zé Pequeno [pausa] e dum príncipe. [pausa] Os contos são todos feitos [pausa] do mesmo feitio.
INQ O senhor já fez algum?
INF2 Contos?! Muitos.
INF1 Não.
INF2 É, ele contava muitos. Sabia contar muitos, ele.
INQ Mas era o senhor que os fa-, que os inventava, não é? Sabe como é que se faz…
INF1 Não. É livros que de histórias que eu ouvia ler. Aqui há livros de histórias. Ainda temos aí. Ainda tem ali… Que é do nosso livro?…
INF2 Não sei onde isso pára.
INF1 Temos ali os Sete Anõezinhos; temos livros… Aí há-de haver livros aí com contos. Eu não sei ler.
INF2 E sabes que tinha um um desses e depois emprestaram-no e nunca mais o deram.
INF1 E é bruxas. [pausa] Mas eu parece-me que eu botei numa mala ainda livros dos tais ainda aí.