INQ Mas pagavam o quê? Quando era, quando a semente estava boa, pagavam o quê?
INF Pagava aquilo que a gente tratava. Eles depois, quando [vocalização] quando arrendavam a terra [vocalização] a terra a uma pessoa, dizi- diziam logo: "Você há-de-me dar tantos alqueires". "Há-de-me dar tantos alqueires". Bom, a gente lá ia, semeava a semeava a terra. Vinha a colheita. Se a semente está boa, a gente ia e levava-lhe aqueles alqueires que tínhamos tratado. Se a semente estava reles ruim, é como digo: "Ó Senhor de tal, olhe que a semente não prestava" – ou assim – "veja lá se me perdoava alguma coisa". "Lá vindes vós com o perdoar. Olha lá, ficarás mal, traz-me tantos alqueires". Bom, lá tirava às vezes [pausa] dois alqueiritos do que a gente tinha tratado.
INQ Pois. Olhe, e quando faziam o trato, como é que… Havia alguma… Como é que era?
INF Não havia. Quando a gente fazia o trato: "Bom, a terra é tua, mas dás-me dás-me tantos alqueires". Mas era só aquele ano. Para o outro ano, se se tornava a fazer, fazia fazia-se. Se não tornava a fazer, já não fazia. M- Bom, mas aquele ano tinha que pagar a renda. Se não pagava a renda, não a tornava a fazer. E não lhe podia dar nada ao senhorio. Mas ele depois a terra já nunca mais… Nem me arrendava aquela nem mais nenhuma já.
INQ Pois.
INF Sempre tinha que fazer o contra-. Ou pouco ou muito, sempre tinha que fazer contas com ele.